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Nunca tivemos tanta tecnologia à disposição da advocacia

Autor

  • Claudio Wilberg

    é consultor sócio da LegalManager professor da pós-graduação em Direito na Fundação Getúlio Vargas e de Gestão de Serviços Jurídicos no Centro de Extensão Universitária da Unisinos (Porto Alegre). É formado em Engenharia Eletrônica pela PUC-RJ e MBA pelo INSEAD na França.

11 de janeiro de 2013, 7h00

Spacca
Nada como um início de ano para começarem as apostas sobre as tecnologias que virão por aí e o impacto que elas terão no nosso mundo jurídico.

Não é muito produtivo olhar a lista do ano passado para ver o que ‘vingou’ e tentar explicar porque as outras tecnologias não se fixaram, mas sim olharmos para o que o mundo de tecnologia da informação (TI) está apresentando como as grandes tendências para 2013 e, em algumas delas, entendermos o impacto no segmento jurídico.

Sem dúvida, se 2012 foi o ano dos tablets, 2013 será o ano dos supersmartphones, mas discutiremos isto mais à frente. Para começar, vamos discutir aquelas que já estão dando o que falar.

A Computação nas Nuvens (ou Cloud Computing) é uma realidade! Muitos escritórios já perceberam os benefícios de ter tudo (e-mails, documentos, sistemas de gestão) à disposição em qualquer lugar que estiverem e descobriram também que os benefícios disto superam em muito o medo (infundado) de que os dados estão mais seguros dentro do escritório do que fora dele.

Escritórios começaram a colocar seus dados operacionais e gerenciais e seus documentos em servidores que estarão na internet, fora do ambiente ‘seguro’ da empresa, protegidos com senhas e níveis de permissão, mas disponíveis de qualquer lugar e a partir de qualquer dispositivo que esteja conectado à internet. Alguns escritórios e departamentos jurídicos já saíram na frente e buscaram esta flexibilidade junto com suas equipes de TI em sistemas e gestão de documentos hospedados em ambientes que sejam web-based.

Ligado ao item acima, mas independente dele, os smartphones desta última geração possuem telas grandes o suficiente para que o usuário seja produtivo na leitura e edição de textos e respondendo e-mails, sem que tenha que colocar lentes de aumento para enxergar o que está escrito. Os supersmartphones estão maiores, mais rápidos, mais cheios de recursos e já prontos para a nova rede 4G (ou seria 3,5G) que vem por aí.

A disputa entre os sistemas operacionais Android (apoiado pela Google) e iOS (iPhones e iPads) continuará acirrada, com milhares de aplicativos para os dois, e dezenas de fornecedores para o primeiro. As preferências pessoais pesarão bastante e quem vai "apanhar" para fazer isto tudo funcionar é o pessoal de informática, pois o termo do momento é o BYOD (bring your own device ou "traga o seu próprio equipamento"). O espírito por trás do BYOD é que as pessoas não querem mais ter o celular pessoal e o celular da empresa, ou o laptop pessoal e o laptop da empresa! Elas querem só um aparelho de cada tipo, e a informática que se vire para fazer tudo funcionar. Lá vai por água abaixo aquela padronização que a turma de TI buscou durante tanto tempo.

Para ficar de olho no impacto no Brasil, a Apple acabou de desembarcar com o iPhone 5 e deve trazer o iPadMini para concorrer com os tablets que já estão no mercado local desde 2011.

No mundo Microsoft, o Windows 8 é excepcional, apesar de ainda não ter se firmado como plataforma corporativa de trabalho. Por outro lado, com a estória do BYOD, é inevitável que o Windows 8 se transforme no sistema operacional do ano. Ainda nesta linha, o Office 365 (na nuvem) e o Office 2013 irão mexer bastante com treinamentos e retreinamentos das equipes, pois trazem uma nova maneira de trabalhar, alinhada ao padrão tablet e à computação na nuvem.

Também para ficar de olho, apenas como curiosidade tecnológica, a TV como conhecíamos já deixou de existir e cada vez mais teremos a convergência com a internet e todos os seus recursos.

Em conclusão, mobilidade é novamente a palavra de ordem para o ano que começa. Nunca tivemos um arsenal tão poderoso de equipamentos e infraestrutura à disposição dos profissionais do conhecimento. A sugestão é aguardar até o segundo trimestre para ver o que realmente vem por aí, mas fazer as apostas na abertura das portas do escritório e a disseminação da informação para os profissionais que estão fora da base. 

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    é consultor, sócio da LegalManager, professor da pós-graduação em Direito na Fundação Getúlio Vargas e de Gestão de Serviços Jurídicos no Centro de Extensão Universitária da Unisinos (Porto Alegre). É formado em Engenharia Eletrônica pela PUC-RJ e MBA pelo INSEAD, na França.

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