Informações confidenciais

Papa quis manter independência da Justiça do Vaticano

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16 de fevereiro de 2013, 14h50

Bento XVI queria "preservar a independência da Justiça no Vaticano" após a divulgação de documentos confidenciais, um incidente conhecido como "VatiLeaks", que motivou a condenação do mordomo do Papa, indica a revista Focus que será publicada na segunda-feira (18/2). As informações são do portal Terra.

A publicação alemã, que cita partes de uma entrevista com o Papa feita em agosto pelo biógrafo do pontífice Peter Seewald, afirma que Bento XVI considerava importante que "no Vaticano se preserve a independência da Justiça, que o monarca não diga ‘agora eu me encarrego das coisas’".

A Focus indica que o pontífice também disse a Seewald que o ocorrido era "simplesmente incompreensível" para ele. O Papa tampouco podia entender seu mordomo. "Não consigo entrar em sua psicologia", afirmou.

"Paoletto", como chamavam o colaborador mais próximo do Pontífice, de 46 anos, indultado pelo Papa em dezembro, perdeu a cidadania vaticana e ganhou a liberdade depois de ter passado 18 meses na prisão em uma cela do Vaticano pelo roubo de documentos confidenciais. A prisão do mordomo provocou um choque, já que Bento XVI tinha muita confiança nele. Em suas motivações, Gabriele disse querer ajudar o Papa, mal informado, e denunciar a corrupção e o mal na Igreja.

Embora o caso do mordomo pareça encerrado, o escândalo do VatiLeaks continua ativo. A investigação da gendarmaria vaticana segue discretamente seu curso sobre centenas de vazamentos à imprensa italiana, já que alguns documentos publicados pelos meios de comunicação não foram fornecidos por Gabriele.

O escândalo afetou gravemente a imagem do pontífice e do Vaticano, já que revelava as intrigas terrenas, o mal-estar interno, os ódios entre os grupos e, de certa forma, a fragilidade de Bento XVI.

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