Elucidação comprometida

Promotor diz que perícia criminal em Minas é precária

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2 de fevereiro de 2013, 14h30

O promotor de Justiça de Araguari (MG), André Luis Melo, lançou um alerta. Em entrevista ao jornal Gazeta do Triângulo, ele questionou a qualidade da perícia criminal no estado e afirma que a situação é precária.

Dados do Portal da Transparência do governo mineiro revelam que os gastos da Polícia Civil com investigação e perícia criminal no ano passado foram de R$ 17,6 milhões — menos de 2% do total das despesas da corporação, que alcançou R$ 1 bilhão, informa o Gazeta do Triângulo.

De acordo com o jornal, a quantia gasta com perícia e investigação é menor do que os recursos destinados aos presos que ainda estão sob custódia da Polícia Civil nas cadeias públicas, que foi de R$ 18 milhões. Cerca de 6.000 detentos aguardam transferência para o sistema prisional do estado.

No município, ele diz que precisa lidar com problemas como demora no recebimento dos laudos e baixa qualidade das fotos, impressas em preto e branco. "Uma imagem vale mais do que mil palavras. Algum detalhe que poderia ajudar a elucidar um crime pode passar despercebido", disse.

Segundo ele, há inclusive laudos que deixam de ser feitos. "A PM não pode acionar a perícia. O militar deve primeiro avisar o delegado. Se a vítima não morre no local do crime, a PM classifica a ocorrência como lesão corporal. Os peritos dizem que não foram chamados, a PM informa que avisou. Devido à falta de comunicação, ficamos sem provas", afirmou.

Em um caso, em que uma mulher confessou ter matado o amante, a promotoria enfrentou dificuldades por falta de perícia do local e necropsia nos inquéritos policiais.

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