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Sistema carcerário tem 35 mil presas e apenas 15 ginecologistas

16 de agosto de 2013, 10h09

Por Redação ConJur

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Não há ginecologistas em quantidade suficiente para atender as 35 mil brasileiras que estão presas. Dados referentes a dezembro do ano passado do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, do Ministério de Justiça, revelam que apenas 15 profissionais prestam atendimento às detentas brasileiras. A média é de um médico para cada 2,3 mil mulheres atrás das grades.

Se fosse cumprida a recomendação do Ministério da Saúde, que prevê uma consulta anual por mulheres, os 15 ginecologistas deveriam trabalhar 365 dias por ano, atendendo seis pacientes por dia. A falta de profissionais para cuidar da saúde da mulher será um dos temas do II Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, que o Conselho Nacional de Justiça, que ocorre nos dias 21 e 22 de agosto.

Segundo Luciano Losekann, juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça e coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas, é necessário adotar outras soluções. Ele explica que o ideal seria cada unidade contar com um médico. Como isso não é possível, as presas são encaminhadas à rede do Sistema Único de Saúde.

Anualmente, de acordo com o Ministério da Saúde, toda mulher deve ir ao ginecologista para o exame de Papanicolau, que é fundamental para a prevenção e diagnóstico do câncer de colo de útero. As grávidas devem fazer seis exames de pré-natal e ao menos um após o parto. 

Segundo Valdirene Daufemback, ouvidora do Departamento Penitenciário Nacional, a falta de atendimento ginecológico e a ausência de itens como absorventes estão entre as críticas mais comuns das presas. Elas também reclamam da revista íntima vexatória dos visitantes e a separação precoce e abrupta dos filhos. Com informações da Assessoria de Imprensa do CNJ.