O constitucionalista Luis Roberto Barroso (foto) desponta como favorito à indicação para a vaga do ministro Ayres Britto do Supremo Tribunal Federal. Pelo menos em enquete feita pela ConJur sobre a preferência de profissionais representativos do universo jurídico. Participaram da votação ministros, desembargadores, juízes, advogados e promotores.
Sob a garantia do anonimato, 47 pessoas responderam à seguinte pergunta: “Se tivesse esse poder, quem você escolheria para ministro do STF?”. Não foram sugeridos nomes. Barroso contou com a preferência de 17 participantes. Na sequência, vieram os tributaristas Heleno Torres, que obteve sete indicações, e Humberto Ávila, com cinco votos.
Professor de Direito Constitucional da UERJ, Luis Roberto Barroso é figura frequente nas bolsas de apostas a cada vez que uma vaga é aberta no Supremo. Fontes próximas ao Planalto afirmam que o constitucionalista tem o perfil para o cargo, mas desconversam quando a pergunta é sobre as reais chances de o professor assumir o posto. “É um ótimo nome”, é a resposta mais frequente.
O tributarista Heleno Torres chegou a se encontrar com a presidente da República, Dilma Rousseff, para conversar sobre a vaga de Britto. Por conta do encontro, Torres chegou a ser anunciado ministro pela imprensa. “Conversamos sobre o cargo e fiz uma apresentação técnica, mas não recebi convite”, disse à ConJur. O vazamento do encontro irritou a presidente e teria tirado o tributarista da corrida, caso o Planalto não tivesse identificado que ele não foi responsável por promover a falsa informação da nomeação — clique aqui para ler reportagem sobre o assunto.
Outro nome que ganhou força na disputa é do professor de Direito Civil Luiz Edson Fachin. O advogado também já conversou com o Planalto. Ele foi lembrado por apenas um participante da enquete da ConJur. Entre os cotados de fato figuram ainda dois membros do Ministério Público. O subprocurador da República Eugênio Aragão é um deles. O procurador é ligado ao atual presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, e tem a torcida do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O outro candidato é o procurador de Justiça gaúcho Lênio Streck. Na enquete feita pela revista, Streck teve três votos.
O advogado e ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, Marcelo Nobre, foi votado por um dos participantes da enquete. Ele também é cotado para a vaga por conta do apoio de nomes como o presidente do PT, Rui Falcão, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, do Supremo, também são simpáticos ao nome de Nobre, que já esteve com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, conversando sobre a vaga de Britto.
Os demais votos foram pulverizados. A ministra Nancy Andrighi, do STJ, teve dois votos. Com um voto cada foram citados os ministros Eliana Calmon, Herman Benjamin, Isabel Galloti e Sidnei Beneti, do STJ; os também ministros Ives Gandra Martins Filho e Maurício Godinho Delgado, do TST; os desembargadores Newton De Lucca, Marga Inge Barth Tessler, Carlos Vico Mañas, Marcelo Navarro, Oswaldo Capraro e Valmir Pontes Filho; o juiz Ingo Sarlet; os advogados Luiz Edson Fachin, Alberto Toron, Arnaldo Malheiros, Sylvia Steiner, Rui Reali Fragoso, Manuel Alceu Affonso Ferreira e Geraldo Prado, e o procurador de Justiça Rômulo de Andrade Moreira.
Comentários de leitores
20 comentários
Nem todo advogado quer ser juiz
Raul Haidar (Advogado Autônomo)
Sr. Alex (Assessor Técnico) :
Temos algo em comum: também entendo que juiz de carreira seja o melhor para o STF. Mas tal condição não é exigida.
O sr., por outro lado,parece não ter entendido o que escrevi. Primeiro: não é preciso qualquer "coragem" para dizer o que penso, pois estamos numa Democracia, onde a qualquer um é assegurado o direito de livre manifestação. Apesar de algumas viuvas inconsoláveis, não estamos mais na ditadura.~
Quanto ao final de seu comentário: "Vc não escolheu ser advogado? Pois siga a sua carreira. O que advogado quer ocupando vaga em tribunal." Digo o seguinte: a) tenho 70 anos e mesmo que quisesse não poderia ser indicado; b) Sou advogado porque quero há 40 anos, ganho e estou muito bem e feliz; c) Fiz há cerca de 30 anos 2 concursos públicos: auditor da receita federal e fiscal do ICMS, tendo sido aprovado e nomeado em ambos, pedindo exoneração depois de poucos meses, porque não tenho vocação para o serviço público; d)unca pretendi ser juiz, poi não sei nem quero julgar nada nem ninguém. Nem todo advogado quer ser juiz. Como cantava Riachão: "Cada macaco no seu galho". Meu galho é a Advocacia, que não troco por nada! Bom fim de semana!
Parabéns!
Aiolia (Serventuário)
Num site de advogados, com votação majoritária de advogados para ocuparem a vaga de juízes, tive o prazer de ler este comentário, incrédulo até o momento:
Raul Haidar (Advogado Autônomo)
Magistério não é magistratura.
O fato de ser professor não deve ter a relevância que lhe atribuem. Um escritor já disse: "Quem sabe faz, quem não sabe ensina". Os tribunais precisam de juizes. Quem previsa de professor é escola (...)".
Parabéns pela coragem, advogado!
Quanto ao mais, pode ser honrado, ínclito, jurista, o que for. Quem deve ser juiz é quem demonstrou desde o início aptidão para tal. São os magistrados de carreira, que também são honrados, ínclitos e juristas. Vc não escolheu ser advogado? Pois siga a sua carreira. O que advogado quer ocupando vaga em tribunal?
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Marcello Cerqueira (Advogado Associado a Escritório - Administrativa)
Sem desmerecer os demais candidatos, todos devidamente credenciados, manifesto minha esperança na escolha do prof. L R Barroso. Merecemos. Marcello Cerqueira
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