Declarações polêmicas

Presidente da Apamagis deve desculpas à advocacia

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18 de setembro de 2012, 15h26

Neste final de semana, a ConJur publicou uma entrevista com o desembargador e presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), Roque Antônio Mesquita de Oliveira. O entrevistado usou de seu prestígio para fazer declarações impensadas e que ofendem a classe dos advogados.

Em uma de suas declarações polêmicas, o magistrado afirma que os juízes corruptos deveriam ser advogados. Um completo absurdo.

O desprestígio à profissão está por todos os lados. Não raro nos deparamos com piadas de mau gosto ditas por humoristas ou pela própria população. Ser advogado, hoje, virou sinônimo de defender bandidos, burlar a lei ou pensar apenas em benefício próprio.

É indignante ver a imagem que as pessoas fazem da classe. A advocacia é uma profissão de respeito e seu exercício uma garantia constitucional que protege o direito de defesa. Diz o artigo 133 da Constituição Federal: “O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.”

Na Europa, por exemplo, o advogado tem fé pública tal são seu prestígio e credibilidade. Já no nosso país, o que vemos é um completo descaso, um aviltamento da nossa profissão.

Precisamos resgatar a autoestima dos advogados. E isso só é possível com uma OAB que lute pelos seus direitos e imagem. Não é possível ficar calado ao ouvir ofensas a uma das profissões mais antigas e respeitáveis da sociedade.

É lamentável nos depararmos com declarações como a do desembargador Roque Mesquita. O presidente da Apamagis deve desculpas públicas aos advogados.

Ao contrário do que disse, ele deveria enaltecer a advocacia, assim como enaltecemos a magistratura. Só teremos uma Justiça capaz de cumprir de fato seu papel quando houver respeito e ética acima de tudo.

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