Demissões em bancas

Perspectiva de carreira é maior preocupação do advogado

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27 de outubro de 2012, 6h16

A busca por maiores perspectivas de carreira é o principal motivo dos pedidos de demissão de jovens advogados nos escritórios. A constatação é da consultora especializada em gestão de bancas Simone Viana Salomão, que palestrou sobre o assunto na 9ª edição da Fenalaw, evento que ocorreu em São Paulo entre os dias 16 e 18 de outubro.   

Segundo a consultora, essa razão está em 75% dos abandonos. Cerca de 53% das demissões são motivadas por insatisfação com o salário e em 13% dos casos a falta de benefícios está entre os motivos. Os dados são resultantes de pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Administração de Escritorios de Advocacia (CEAE) e pelo Fórum de Departamentos Jurídicos (FDJUR).       

Segundo reportagem publicada no site de notícias eHow – Money, os empregadores lidam com altos custos na substituição de empregados experientes que se demitem para ir trabalhar em outro lugar, já que o processo de seleção para contratar outros funcionários inclui treinamento.

Embora oferecer algumas vantagens aos empregados seja algo simples, não é posta em prática pelos escritórios, segundo Simone. Ela cita o caso de empresas americanas premiadas com o título de "melhor lugar para se trabalhar" que oferecem diferenciais como comemorar os aniversários dos funcionários, conceder licença-paternidade e estabelecer cronograma para informar o empregado, com antecedência, os dias em que ele terá de viajar a negócios.

“O funcionário pode construir o pacote de benefício que mais lhe agradar”, disse. "Muitas empresas oferecem plano de saúde, mas o funcionário pode já ter o plano de saúde da OAB, por exemplo. O ideal seria que a empresa oferecesse um leque de benefícios e deixasse o funcionário escolher os de seu interesse.” 

A preocupação com o benefício é maior entre funcionários mais maduros, casados e com filhos. Segundo Simone, quem está no começo da carreira se preocupa mais com a remuneração. 

Razões acessórias
Outros motivos também levam o funcionário a querer mudar de ares. A busca de maior autonomia e independência é o motivo de 11% das rescisões; a busca por maior qualidade de vida e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é o motivo em 6% e o clima organizacional está em 3% dos motivos de saída.

A comunicação entre os setores de uma empresa também gera altos índices de descontentamento do funcionário. “A saída de clientes deixa o funcionário assustado. Às vezes o cliente saiu porque não tinha o perfil do escritório, e isso não é informado ao empregado. Parece que a empresa está perdendo clientes e não que foi apenas um ajuste de carteira”, explica.

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