Vertigem do Supremo

Reportagens e documentos desmontam tese do mensalão

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21 de outubro de 2012, 17h20

Nesta semana, chega às bancas a revista Retrato do Brasil que traz como reportagem de capa o material intitulado "A vertigem do Supremo", noticiou Elio Gaspari, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo. A publicação é dirigida pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, e afirma que os ministros do Supremo Tribunal Federal “deliraram” ao aceitar a tese apresentada pelo Ministério Público de que houve desvio de R$ 76,8 milhões do Banco do Brasil para o chamado mensalão. 

Gaspari ressalta que Pereira tem mais de 40 anos de carreira e “obsessões investigativas”, que já contrariou a “sabedoria convencional” em duas ocasiões. “Há dois anos, provou que o banqueiro Daniel Dantas foi satanizado pelo delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha. Nenhum dos fatos que mencionou foi desmentido.” A publicação disponibilizará, em seu site, 108 documentos que corroboram com a tese de Pereira.

Pereira é co-autor do livro A outra tese do mensalão, escrito em parceria com Antonio Carlos Queiroz e Lia Imanishi. A publicação, lançada no início de 2012 dá um panorama do caso, explorando temas como as disputas eleitorais, escândalos, corrupção e o caixa dois desde as eleições de 1989 até a CPI do Cachoeira. O livro também investiga o financiamento de campanhas tucanas, a CPI do Banestado, os paraísos fiscais, as agências de publicidade, bancos, dívidas e acordos partidários.

O livro rejeita com documentos e declarações a tese que caracteriza o chamado mensalão: a de que o esquema foi montado pelo ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para comprar apoio político de deputados no Congresso. Em artigo publicado pelo site Brasil 247, os editores Armando Sartori, Marcos Heleno Fernandes Montenegro, Sérgio Miranda, Raimundo Rodrigues Pereira e Roberto Davis explicam o argumento: “O crime é, até o momento, uma criação política. Não existe, nos autos, prova de que, no final de 2002, José Dirceu tenha assumido o comando de um bando”.

Por meio de reportagens, o livro também traz a cobertura da mídia sobre o mensalão: diversas passagens que não apareceram nos jornais são relembradas pelos autores, evidenciando o papel partidário assumido pelos grandes meios de comunicação brasileiros.

Impressiona, na publicação, a quantidade de fatos que ligam Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a diversos escândalos políticos do país, envolvendo tucanos, petistas e filiados ao DEM.

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