"Luta permanente"

De Sanctis diz ver progresso no combate à corrupção

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19 de outubro de 2012, 17h01

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Fausto De Sanctis, afirmou nesta quarta-feira (17/10), em palestra no Banco Mundial, em Washington, que o Brasil fez progressos na luta contra a corrupção, mas ainda há grandes desafios pela frente. "Deixe-me dizer isso de forma muito clara: há corrupção sistêmica no Brasil", declarou De Sanctis. Ele se disse particularmente preocupado com os contratos bilionários de infraestrutura tocados no país. As informações são do The Wall Street Journal.

Segundo o jornal, em sua palestra, De Sanctis afirmou que o julgamento do mensalão deve ser entendido como resultado de transformações do Judiciário brasileiro nos últimos 20 anos. De Sanctis disse que após a grande repercussão da Operação Anaconda, que investigou casos de corrupção no Judiciário em 2003, o Brasil criou varas especializadas em combate a lavagem de dinheiro e crimes financeiros. Livres de interferência, segundo De Sanctis, essas varas levaram a uma especialização de juízes e advogados na maneira de se processar e investigar crimes financeiros.

Apesar de questionada, a constitucionalidade dessas varas foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, lembrou De Sanctis. "Esta foi, talvez, a mudança mais transformadora em nossa luta contra a corrupção", disse o desembargador.

Descrito pelo jornal americano como “um dos principais juízes do Brasil”, De Sanctis alertou para a fouxidão das leis que tratam de financiamento de campanha. Apesar disso, ele se disse esperançoso de que algumas mudanças institucionais tenham se enraizado. "A guerra contra a corrupção é difícil, é uma luta permanente", disse De Sanctis.

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