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Justiça argentina julga pilotos acusados de voos da morte na ditadura

28 de novembro de 2012, 15h13

Por Redação ConJur

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Na Argentina, oito pilotos responsáveis pelos chamados “voos da morte”, feitos durante a ditadura militar, serão levados nesta quarta-feira (28/11), pela primeira vez, a julgamento. Os pilotos são acusados do desaparecimento de presos políticos. O julgamento faz parte do processo que envolve crimes contra humanidade ocorridos na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), em um total de 789 casos.

O julgamento público começa, nesta quarta, e a previsão de duração é que de dois anos. Serão ouvidas 830 testemunhas. A Esma foi o maior centro clandestino de detenção da ditadura da Argentina. De acordo com organizações de direitos humanos, de 1976 a 1979, cerca de 5 mil pessoas, inclusive  mulheres grávidas, desapareceram.

Na relação de 68 réus estão os ex-aviadores Enrique de Sain George, Emir Sisul Hess, Alejandro Agostino e Julio Poch, naturalizado holandês e extraditado da Espanha para a Argentina, onde é acusado de crime de privação ilegal de liberdade, agravado por mais 29 denúncias. Poch, segundo relatos, contou ter participado do desaparecimentos das freiras francesas Alice Domon e Leonnie Duquet.

O procurador responsável pelo processo de instrução da Operação Condor, Jorge Osorio, disse que os “voos da morte” ocorreram no período de 1976 a 1978 e podem ter ocorrido cerca de 2,7 mil ações.

Em março, o juiz federal Daniel Rafecas confirmou a existência de elementos que garantem que os voos ocorreram. De acordo com as investigações, os voos eram feitos nas aeronaves Fokker 27 e C-130 Hércules da Força Aérea Argentina. Com informações da Agência Brasil.