Falta de provas

Carla Cepollina é absolvida pela morte de Ubiratan

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7 de novembro de 2012, 19h19

Por falta de provas, a advogada Carla Cepollina,46, foi absolvida nesta quarta-feira (7/11) da acusação de matar seu namorado, o coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães. O júri acolheu a argumentação da defesa de que não havia provas suficientes para a condenação. Ao ler a sentença, o juiz Bruno Ronchetti de Castro não revelou o placar. Ele disse apenas que a decisão foi por maioria. O júri foi formado por seis homens e uma mulher. O julgamento começou na segunda-feira (5/11), no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. As informações são do portal UOL.

Ubiratan Guimarães ficou conhecido por ter sido o comandante da tropa da Polícia Militar que invadiu o presídio do Carandiru, em São Paulo, em 1992, para reprimir uma rebelião. A operação resultou na morte de 111 presos. O corpo sem vida do coronel foi encontrado na noite do dia 10 de setembro de 2006, em seu apartamento, com um tiro no abdome. A advogada Carla Cepollina, com quem ele mantinha um relancionamento amoroso e última pessoa a sair do apartamento, foi acusada de tê-lo assassinado e levada a Juri popular pelo crime. 

Cepollina era acusada de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa). Segundo o Ministério Público, ela matou o namorado com um tiro no abdome disparado por uma das armas da própria vítima —um revólver calibre 38 que jamais foi encontrado.

De acordo com a acusação, Cepollina teria disparado contra o policial depois de uma discussão motivada por ciúme. Ela teria atendido um telefonema feminino na casa do namorado e atirou, conforme a denúncia, por ele ter rompido o relacionamento com ela. O corpo da vítima foi localizado por assessores dele no dia 10 de setembro de 2006.

Nesta quarta-feira (7/11), um dos advogados de Carla, Eugenio Malavasi, tentou convencer os jurados de que não havia provas contra a ré e contestou a hora da morte de Ubiratan. As investigações apontam que o coronel morreu entre as 19h05 e as 20h26 da noite do dia 9 de setembro de 2006. Para a defesa, porém, Ubiratan morreu na manhã do dia 10.

A estratégia da defesa era provocar dúvida nos jurados com base no horário em que foi feita a necropsia —o laudo emitido não contém essa informação, apenas informa que a morte teria ocorrido no mínimo 18 horas antes do exame.

O corpo, que só foi encontrado na noite do dia 10, foi retirado às 2h17 da madrugada do dia 11 do apartamento do coronel e, de acordo com o advogado Malavasi, a necropsia só foi feita a partir desse horário, por volta das 4h. Dessa forma, ainda segundo ele, o coronel pode ter morrido às 10h do dia 10, e não na noite do dia 9. Com isso, a defesa tentou mostrar que Cepollina não estava mais no apartamento quando o coronel foi morto, já que ela foi vista saindo do prédio na noite do dia 9.

Antes da argumentação de Malavasi, a mãe e também advogada de Cepollina, Liliana Prinzivalli, tentou descontruir a imagem de arrogante da ré e disse que “ela é apenas uma menina que estudou”.

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