Abuso de autoridade

Desde Al Capone, Polícia de Chicago não se emenda

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2 de março de 2012, 17h24

Não é só no Brasil que a polícia bate nas portas e pessoas erradas em suas "operações". A Polícia de Chicago, à qual se atribui a prisão de Al Capone, entende que não é preciso tratar bem suspeitos de tráfico de drogas. Depois de investigar cuidadosamente um suspeito, entrou em ação. Três viaturas, pela frente, duas viaturas pelos fundos, todas brecando em perfeita sintonia de tempo e de som — o dos pneus "cantando" — cercaram o apartamento de andar térreo. Os policiais arrombaram duas portas com barras de ferro, invadiram o apartamento, revólveres e rifles automáticos à mão, e pegaram todos os residentes de surpresa, estupefatos no sofá em frente à TV. Jogaram uma ordem de busca e apreensão no chão — os moradores também tiveram o mesmo tratamento dado ao papel — ao iniciar seu trabalho. Tudo para encontrar drogas e armas que deviam estar escondidas no apartamento. Neste caso, os policiais invadiram a casa errada, na hora errada, para prender a pessoa errada.

Agora a família — o pai deficiente físico, mãe e filho —, um amigo em recuperação de um derrame cerebral hospedado na casa e o locador do imóvel estão processando a Polícia de Chicago, segundo informa a Courthouse News Service, em sua edição de quinta-feira (1º/3). Todos acusam a Polícia de agressão, quando sequer houve reação, de destruição de propriedade, de busca e apreensão ilegal, violação do devido processo e por danos — não só porque um policial urinou na correspondência da família e outro cuspiu na cafeteira. A Polícia de Chicago ainda não se manifestou. 

Segundo o jornal, a Polícia tinha a descrição do suspeito: um homem negro, de 30 anos, 1,83 m de altura, 104 quilos. Os policiais usaram uma barra de ferro para forçar a entrada no apartamento. Sete ou oito policiais usavam roupas civis, apenas um usava uniforme. Não mostraram identificação, nem pediram identificação de ninguém. Gritaram para todos se deitarem no chão, no que ajudaram com empurrões e agressões físicas, apesar de os demandantes não oferecerem qualquer resistência.

Os policiais gritavam obscenidades, enquanto perguntavam onde estavam as drogas. O pai, que usa bengalas, o filho e o amigo que teve um derrame foram algemados e agredidos. O líder aparente do grupo era um policial baixo, branco, rechonchudo e loiro, que ficava mais e mais agitado, quando não conseguiam encontrar drogas, armas e nem mesmo contrabando. Ficava gritando que ia "queimar" alguém.

Ainda de acordo com o texto, houve danos materiais já que os policiais jogaram o aparelho de televisão no chão, apropriaram-se de diversos DVDs, roubaram ou rasgaram vales refeições dos demandantes, espalharam comida que estava na dispensa e no refrigerador pelo apartamento, quebraram a lavadora de pratos e o aparelho de ar condicionado, rasgaram livros e roupas, entre outras atitudes. 

A petição completa a descrição da seguinte maneira: "Os policiais não encontraram qualquer arma, droga ou contrabando no apartamento dos demandantes, nem no apartamento do locador, no segundo andar, que também foi destruído por eles. Não há nomes dos policiais, porque eles não portavam distintivos, insígnias ou crachás e nunca se identificaram. Quando saíram, deixaram a cópia do mandato de busca no chão".

Os policiais só deixaram o apartamento, segundo os autos, depois que um sargento da polícia chegou ao local, olhou tudo e disse aos policiais: "Vocês f* tudo, outra vez".

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A Polícia de Chicago, na verdade, nunca conseguiu prender Al Capone por seus crimes. Al Capone controlava pontos de apostas (como em corridas de cavalo), casas de jogo, bordéis, clubes noturnos, destilarias, cervejarias e distribuição de bebidas durante a lei seca, gangues de extorsão de comerciantes, gangues de extermínio, informantes e também grupos de policiais de Chicago. Enquanto a Polícia de Chicago tentava prendê-lo, ele foi nomeado, em 1929 (10 anos depois de ir para Chicago), o homem do ano, junto com o cientista Albert Einstein e o líder pacifista Mahatma Gandhi. Ele foi preso por sonegação de imposto de renda. Foi condenado a 11 anos de prisão e ficou na cadeia de 1931 a 1939. Morreu de sífilis, em janeiro de 1947, em Palm Beach, a cidade dos milionários e bilionários da Flórida.

“Assim, dessa maneira, nego, Chicago não aguenta” — Raul Seixas.

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