Falha reconhecida

Hopi Hari indenizará família por morte de adolescente

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1 de março de 2012, 21h18

O parque de diversões Hopi Hari irá indenizar a família da adolescente Gabriela Nichimura, de 14 anos, que morreu após cair do brinquedo La Tour Eiffel na última sexta-feira (24/2). A informação foi concedida à ConJur pelo advogado que faz a defesa do parque, Alberto Zacharias Toron. Os valores, segundo o advogado, estão sendo negociados.

No início desta quinta-feira (1º/3), o advogado do Hopi Hari já havia admitido, pela primeira vez, que pode ter havido um erro na operação do brinquedo e que a jovem estava em uma cadeira desativada. "Estava absolutamente clara [a interdição da cadeira] naquele dia. Mas alguém, inadvertidamente, num erro crasso, habilitou aquela cadeira", disse.

Toron, que informou que a cadeira usada pela vítima estava inativa havia dez anos por um problema técnico, disse que o acidente pode ter sido resultado da falha de algum funcionário da operação ou da manutenção. "Talvez alguém tenha aberto inadvertidamente a trava da cadeira que não deveria funcionar durante a manutenção", afirmou.

O advogado ressaltou que os funcionários do parque passam por treinamento para operação e manutenção dos brinquedos, mas reconheceu que o caso aponta para um "erro crasso".

Toron aponta duas falhas humanas: a primeira é que alguém teria mexido na cadeira, na noite anterior ao acidente, tirando uma trava que continha. A segunda seria o fato do monitor responsável pela segurança dos brinquedos não ter checado o equipamento. Um dos funcionários que manuseavam o brinquedo já pediu demissão.

O parque ficará fechado por 10 dias a partir desta sexta-feira (2/3) para que os brinquedos sejam periciados. "O consumidor tem uma vitória à medida que, com as atividades suspensas, eliminamos o risco de haver novas falhas", disse a promotora de defesa do direito do consumidor de Vinhedo, Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira. Além da suspensão de dez dias, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o parque e o Ministério Público determinou que o brinquedo em questão seja interditado por tempo indeterminado até que o parque apresente o incremento do plano de segurança obtido junto à fabricante suíça.

Na próxima segunda-feira (5/2), assessores técnicos do MP farão a vistoria no Hopi Hari com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o Corpo de Bombeiros, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e o Instituto de Criminalística de São Paulo.

Em nota, o Hopi Hari confirmou o fechamento do parque por dez dias, disse que está cooperando "irrestritamente com todos os questionamentos relativos ao caso" e reafirmou "seu total interesse na elucidação do caso, bem como seu compromisso com a segurança de todos os visitantes".

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