Pela lisura

Rosana Chiavassa ataca pesquisa sobre eleições da OAB

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31 de maio de 2012, 12h07

A pré-candidata à presidência da OAB de São Paulo, Rosana Chiavassa, divulgou nota nesta quinta-feira (31/5) atacando a primeira pesquisa eleitoral referente às eleições da OAB. No documento, Chiavassa afirma que as pesquisas são tão importantes que podem decidir as eleições e que os dados divulgados na pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) não refletem a realidade.

A advogada reclama dos nomes indicados na pesquisa estimulada de intenção de votos, que colocou Alberto Toron, Marcos da Costa e Raimundo Hermes como possíveis opções. “Estranhamente, a pesquisa ‘esquece’ o nome dos outros concorrentes e aponta apenas três: um situacionista, outro dissidente e o terceiro nome citado — vejam que absurdo — nem candidato o é!”

Ainda no documento, Chiavassa ataca a divulgação da pesquisa feita pela campanha de Toron, que fez circular e-mails mostrando que o criminalista obteve 10% das intenções de voto, à frente dos outros dois candidatos apontados. “O pré-candidato, que se intitula líder da pesquisa e está fazendo uso eleitoral de seu resultado, ainda que totalmente equivocado, deveria pensar nas consequências da propagação desse erro gravíssimo para a nossa eleição”, diz.

Segundo a pré-candidata, a pesquisa, que classifica como “canhestra”, está repleta de falhas. Ela lamenta a divulgação dos dados pela imprensa e diz querer acreditar que os jornalistas que a divulgaram tenham sido “induzidos a erro”. Chiavassa cita reportagem da revista Consultor Jurídico, que divulgou três notícias relacionadas ao documento. As reportagens podem ser lidas aqui, aqui e aqui.

Leia a nota:

PELA LISURA NA ELEIÇÃO DA OAB-SP

As pesquisas são instrumento importante para aferição de qualquer tema, independentemente do pleito a que se destina. De tão importantes, podem decidir uma eleição.

Não é por outra razão que se exige dos pesquisadores e daqueles que fazem uso dos resultados grande responsabilidade na manipulação dos dados e, mais que isso, respeito aos preceitos éticos na sua interpretação e na divulgação dos resultados.

Por isso, causou-me estranheza a divulgação por dois expressivos veículos de comunicação – um de interesse geral e outro de interesse específico – dos resultados de uma pesquisa realizada pelo Ipespe – Instituto de Pesquisa Sociais, Políticas e Econômicas – no último mês de abril, que ouviu quase oito mil advogados de todo o país. A pesquisa, segundo especialistas renomados, é repleta de falhas. E qualquer um, com o mínimo de conhecimento, poderia muito bem detectá-las e questionar incisivamente a qualidade de seus resultados.

Não é o caso, ao menos neste espaço, de questionar por inteiro a pesquisa realizada pelo Ipespe. Vou ater-me ao divulgado pelos dois veículos de comunicação e apenas no que se refere ao Estado de São Paulo, onde, em novembro deste ano, acontecerá a eleição para a sucessão da OAB-SP.  Não sei de que forma a informação chegou às mãos dos jornalistas e muito menos quem a forneceu. Por estas razões, quero acreditar que os jornalistas tenham sido levados a erro justamente pela qualidade técnica questionável dessa pesquisa.

Foi divulgado pelo Conjur que “em São Paulo foram ouvidos 500 advogados” e que estes “receberam dos pesquisadores uma lista com três nomes – Alberto Toron, Marcos da Costa e Raimundo Hermes Barbosa – para escolher em quem vão votar: 73% dos advogados declararam estar indecisos. Marcos da Costa, atual vice-presidente da OAB-SP, garantiu apenas 6% das intenções de voto. O mais cotado entre aqueles que já escolheram o seu candidato é Alberto Zacharias Toron, mesmo assim com apoio de apenas 10% dos advogados”.

O “líder” revelado por essa pesquisa manca tem se aproveitado do resultado e o divulgado aos quatro cantos, apesar de ciente – disso não tenho dúvidas -, de que esta não reflete em nada a realidade dos fatos. E vamos, então, a eles para provar a qualidade da pesquisa do Ipespe.

No mês de abril, todos os seis pré-candidatos já haviam manifestado publicamente a intenção de concorrer à sucessão da OAB-SP. Nesse período, inclusive, muitos deles já estavam nas ruas, em plena campanha, visitando colegas e Subseções da Capital e Interior, fazendo panfletagem nos fóruns, firmando parcerias políticas etc.

Estranhamente, a pesquisa “esquece” o nome dos outros concorrentes e aponta apenas três: um situacionista, outro dissidente e o terceiro nome citado – vejam que absurdo – nem candidato o é!  Trata-se, como se percebe sem grande esforço , de um “erro” primário e gravíssimo que pode minar de forma irreversível a credibilidade da eleição da OAB-SP. E isso todos nós, candidatos, independentemente do percentual de aceitação junto aos colegas advogados, não podemos permitir que possa acontecer.

O pré-candidato, que se intitula líder da pesquisa e está fazendo uso eleitoral de seu resultado, ainda que totalmente equivocado, deveria pensar nas consequências da propagação desse erro gravíssimo para a nossa eleição. A OAB é vista com bons olhos pela sociedade brasileira, que vê a entidade como exemplo de integridade moral e ética.

Não podemos permitir que uma pesquisa canhestra, que supostamente favorece A ou B, jogue por terra valores arduamente conquistados.

Pela lisura na eleição da OAB-SP!

Rosana Chiavassa
Pré-Candidata à Presidência da OAB-SP

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