A crise é grave

Dewey & Le Boeuf deve fechar as portas na terça-feira

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13 de maio de 2012, 7h24

A advocacia norte-americana assistiu mais uma semana de hemorragia da banca Dewey & Le Boeuf. E esta pode ser a última. Na quarta-feira, foi a vez dos advogados Richard Shutran e Jeffrey Kessler abandonarem o barco, dois dos quatro últimos sócios dirigentes que ainda permaneciam à frente da agonizante banca, que está em dificuldades para negociar suas dívidas ao passo em que perde sócios para concorrentes

Restam agora Charles Landgraf e Martin Bienenstock como os únicos sócios diretores. O primeiro atua em Washington e cuida da prática envolvendo políticas legislativas e públicas. Bienenstock é responsável pela logística de negócios e gestão.

A publicação The Recorder, dos Estados Unidos, informou que os sócios remanescentes da Dewey devem nos próximos dias agendar uma votação para discutir a dissolução da banca. A expectativa é que o escritório encerre suas atividades, formalizando a falência, na semana que vem, terça-feira (15/5), dia em que as filiais localizadas na Califórnia devem fechar simultaneamente.

O portal na internet The Asian Lawyer noticiou que os escritórios da Dewey & Le Boeuf em Hong Kong e Pequim seguem operando normalmente sem qualquer previsão de encerramento. São filiais pequenas, que não ultrapassam 12 advogados. O boletim de notícias The Am Law Daily informou que, apesar da crise não ter sido sentida até então nos escritórios de fora do país, nas filiais de Pequim e Hong Kong foi distribuido um memorando em que é comunicado que, por conta de “desenvolvimentos adversos”, as atividades na Ásia podem também ser encerradas. Oficialmente, a Dewey ainda sustenta que está procurando negociar a efetivação de algum tipo de fusão com concorrentes e ainda negociar com seus credores. Extra-oficiamente, a imprensa americana garante que, sócios no mundo inteiro, têm sido recomendados a procurar oportunidades em outras bancas.

Conforme vem noticiando a Consultor Jurídico, ao passo em que a crise na Dewey se acirra, toda sua esperança de sobrevivência está na mão dos chamados rainmakers, sócios capazes de apagar incêndios pela capacidade singular de realizar negócios, atraindo clientes. Contudo, Berge Setrakian, apontado como o maior gerador de negócios da Dewey, comunicou sua intenção, também esta semana, de se mudar para a concorrente DLA Piper, de acordo com o que contou uma fonte anônima ao The AmLaw Daily.

Com ele, vai Joseph Tato, diretor de gestão de finanças globais da banca. Tanto Setrakian  quanto Tato levam seus times com eles. Até o momento, 112 sócios deixaram a banca desde janeiro.

No último ranking de 100 maiores bancas dos EUA, feito pela revista mensal The American Lawyer, o Dewey Le Boeuf ocupava o 28º lugar em faturamento quando  contava com mais de 1000 advogados (destes, cerca de 300 sócios). Desde 30 de abril, os dirigentes da Dewey & Le Boeuf têm aconselhado sócios e associados remanescentes a procurar outros negócios.

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