Intercepta;ões telefônicas

Juiz diz que acusação de vazar dados é "especulação"

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23 de junho de 2012, 12h31

O juiz Leão Aparecido Alves, da 11ª Vara Federal em Goiás, divulgou na última quinta-feira (21/6) nota em que se defende das acusações de vazar informações da Operação Monte Carlo, que apurou acuação de esquema de corrupção e exploração de jogos de azar liderado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Como juiz titular, ele deveria assumir o caso com a saída do colega Paulo Moreira Lima, que alegou sofrer ameaças. Leão se declarou impedido porque é próximo de Cachoeira e de José Olímpio Queiroga Neto, um dos principais auxiliares do empresário.

Segundo o juiz, a maior prova de que não houve vazamento de informações é que Cachoeira, Queiroga e os outros réus presos no dia 29 de fevereiro não fugiram.

Interceptações da Polícia Federal datadas de 7 de fevereiro identificaram uma conversa de Cachoeira que faz suposta referência ao magistrado: "Dia 14 o Leão assume a Vara e ela ficou de avisar se vai ter prisão ou não”.

O juiz afirma que, caso os acusados tivessem sido alertados sobre a decretação das prisões, que ocorreu em 14 de fevereiro, teriam tempo suficiente para se esconderem, já que as prisões ocorreram apenas 15 dias depois.

Sobre a referência a seu nome na ligação telefônica, diz que não pode se responsabilizar pelo que terceiros atribuem a ele e à mulher. "Lamentavelmente, nos dias de hoje, algumas pessoas se satisfazem apenas com especulações."

O juiz argumenta, ainda, que as informações obtidas pelos acusados na Operação Monte Carlo não partiram de integrantes da Justiça Federal porque a fonte não sabia das interceptações e nem que as linhas habilitadas nos Estados Unidos podiam ser monitoradas, o que já era conhecido pelos servidores da 11ª Vara.

O juiz explica as ligações entre linhas telefônicas de sua família e a de Cachoeira pela proximidade dos filhos, que estudam juntos há anos. "Melhor seria se tivesse havido a interceptação telefônica, porque nesse caso a exibição das conversas seria o suficiente para expôr a verdade."

Quanto às ligações telefônicas frequentes entre sua família e a de Queiroga Neto, ele informa que a irmã do réu é madrinha de seu filho. Com informações da Agência Brasil.

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