Os comentaristas são desafetos desde abril de 2010, quando discutiram no programa Jogo Aberto. Na ocasião, Neto defendia a convocação do atacante Ronaldo para a seleção brasileira, enquanto Back preferia outro atacante, Adriano. Na discussão, Neto ironizou as declarações do colega: “Eu sou tão burro que tenho contrato aqui até 2012”. Pouco depois, Back foi demitido da Bandeirantes.
Segundo o processo, Neto reclamou que foi chamado de “pipoqueiro”, “desprezível”, “covarde e falso”, “sem moral”, que “dá nojo” e “não vale nada”. Para o comentarista, as críticas extrapolaram a liberdade de imprensa e de crítica, além de terem conquistado grande repercussão nos meios digitais, afetando sua honra.
Em sua defesa, Back alegou que os comentários não se dirigiram à pessoa de Neto, mas ao comentarista, e que as críticas são inerentes à liberdade de imprensa, especialmente na crônica esportiva.
A juíza Luciana Novakosk de Oliveira acolheu os argumentos dos advogados de Back e julgou improcedente o pedido de Neto.
Para a juíza, pesou o fato de o ex-jogador estar sempre envolvido em polêmicas. “Ressalte-se que ao autor [da ação], acostumado à crítica dura e ao ambiente nem sempre amistoso em que atua, não é lícito sentir-se moralmente ofendido quando atingido pelas mesmas armas que costuma utilizar”, afirmou na sentença.
Ela também entendeu que as críticas se dirigiram ao “personagem” Neto e não ao cidadão José Ferreira Neto. “Quando o réu utiliza as expressões que usou, é certo que não se dirige ao homem José Ferreira Neto, mas sim ao personagem ‘Neto’, que, aliás, é o único que o público conhece”.
Como perdeu a causa, Neto terá de arcar com as custas do processo, estipuladas pela juíza em R$ 5 mil. Ainda cabe recurso da decisão.
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0011027-64.2011.8.26.0011