Revolução egípcia

Justiça do Egito condena Mubarak à prisão perpétua

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2 de junho de 2012, 17h29

 O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak foi condenado neste sábado (2/6) à prisão perpétua como cúmplice da morte de 850 manifestantes durante as revoltas no país, ano passado. Os protestos eram contra o regime ditatorial que Mubarak conduziu durante 32 anos no país. Os advogados do ex-ditador disseram que vão recorrer da decisão.

A Justiça egípcia também condenou o ex-ministro do Interior Habib Al Adly à prisão perpétua por participação na morte de manifestantes antirregime pelas forças de segurança do país. Mas Mubarak e seus dois filhos – Gamal e Alaa – foram inocentados de acusações de corrupção. Os dois ainda serão julgados por suposta manipulação do mercado financeiro.

Mubarak foi um dos chefes de Estado afastado pela onda de revoltas que tomou o Oriente Médio no ano passado – período que ficou conhecido como Primavera Árabe. Ele é o primeiro dos líderes depostos a ser julgado em seu próprio país.

O advogado de Hosni Mubarak, Yasser Bahr, disse que vai recorrer da condenação à prisão perpétua. "A decisão está cheia de falhas legais de todos os ângulos", disse Bahr. Do lado de fora da corte, opositores de Mubarak e parentes de pessoas mortas durante o levante antirregime comemoravam a condenação do ex-presidente. Alguns, no entanto, defendiam a pena de morte para o ditador.

Houve confrontos entre opositores, policiais e simpatizantes de Mubarak nos arredores da corte. Há relatos de manifestações também em Suez, cidade considerada o berço da revolução que culminou com a queda de Mubarak. Muitos egípcios também se queixam que a polícia do país, à qual se atribiu a culpa por muitas das mortes na revolução, e outros pilares do regime de Mubarak mantiveram seu poder, sem que houvesse reformas institucionais profundas.

Gritos e confusão eclodiram no tribunal quando o veredito foi anunciado. Um dos motivos aparentes é a absolvição de quatro assessores de Adly, que também eram acusados de participar da repressão a manifestações.

O juiz do caso, Ahmed Refaat, disse que o povo sofreu com 30 anos de "escuridão" sob o governo Mubarak, mas alegou que o julgamento do ex-líder foi justo. Com informações da Agência Brasil.

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