Décio Sá

Justiça prorroga prisão de acusados de matar jornalista

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12 de julho de 2012, 19h04

A prisão dos acusados de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá, morto em São Luís, deve durar mais 30 dias. A 1ª Vara do Tribunal do Júri do Maranhão prorrogou nesta quinta-feira (12/7) o prazo e atendeu pedido da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP). As informações são do portal Terra.

Permanecem presos o réu confesso Jhonatan de Sousa Silva; os supostos mandantes Gláucio de Miranda Carvalho e seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho; os agenciadores dos pistoleiros, Airton Martins Monroe, José Raimundo Sales Charles Júnior (Júnior Bolinha) e Fábio Aurélio do Lago e Silva (Bochecha); e Fábio Aurélio Saraiva Silva, que teria fornecido a pistola para matar o jornalista.

Sá trabalhava no jornal O Estado do Maranhão, da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele foi baleado no último 23 de abril, quando estava sozinho no bar Estrela do Mar, que fica na Avenida Litorânea. O crime aconteceu por volta das 23h30. Foram seis tiros, dois deles na cabeça. Décio era conhecido na capital maranhense por denúncias contra setores públicos e políticos.

Além de trabalhar no jornal, Décio Sá mantinha um blog com reportagens investigativas. Em seu perfil no Twitter, Décio contava com quase 2 mil seguidores e sua morte rapidamente repercutiu em toda a rede. O blog era um dos mais acessados do estado e vai servir como uma das peças do inquérito.

Como noticiou a Consultor Jurídico, aproximadamente 70% dos assassinatos de jornalistas registrados no Brasil nos últimos 20 anos ficaram impunes. O dado é de um levantamento feito pela organização americana Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Dos 20 assassinatos de jornalistas contabilizados entre 1992 e 2012 no país, 14 ficaram impunes. Outros seis foram parcial ou totalmente esclarecidos e seus culpados punidos. O Brasil foi classificado pelo comitê em 11º lugar entre os países onde há mais impunidade contra profissionais da imprensa. Segundo a pesquisa do CPJ, a maior parte das vítimas são jornalistas que denunciaram casos de corrupção. Em segundo lugar vêm os repórteres policiais e, em terceiro, aqueles que escrevem sobre temas políticos.

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