História de resistência

OAB lamenta morte do ex-ministro Maurício Corrêa

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17 de fevereiro de 2012, 20h50

Em nota oficial, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Junior, expressou seu pesar pelo falecimento do ministro aposentado, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e da seccional do Distrito Federal da OAB, Maurício Correa, nesta sexta-feira (17/2) em Brasília.

“Como ex-presidente da OAB-DF na época do regime militar, Maurício Corrêa deixou sua marca na história da entidade, com corajosa atuação em diversas passagens, quando ainda eram poucas as vozes que se podiam ouvir para defender a democracia”, disse Ophir Cavalcante em comunicado divulgado no início da noite desta sexta.

O presidente da OAB aproveitou ainda para lembrar o episódio ocorrido em 1983, em que a OAB-DF foi cercada por agentes da polícia por ordem do executor das medidas de emergência decretadas pela ditadura militar, general Newton Cruz. A justificativa apresentada para o cerco da  OAB-DF  foi que a entidade teria desrespeitado portaria do Ministério do Exército que proibia temporariamente reuniões políticas, naquele caso, o I Encontro dos Advogados de Brasília.

“Durante o cerco”, recordou Ophir, “o então presidente da OAB-DF, Maurício Corrêa, convocou a imprensa para denunciar a invasão. Durante a entrevista, o delegado João Alvares Bimbato, da 2ª  Delegacia de Polícia do DF, chegou com a ordem para interditar a entidade. Dirigentes, associados e empregados da OAB-DF, além dos jornalistas, ficaram retidos no prédio por quase uma hora, por determinação da Polícia. Maurício Corrêa se recusou a assinar o documento e em resposta disse que nem na época da ditadura de Getúlio Vargas haviam sido adotadas medidas parecidas e que o ultraje atingia a todos os advogados do Brasil”, descreve a nota.

Na ocasião, os advogados presentes desceram os quatro lances de escada em direção ao térreo, de onde, diante da bandeira brasileira, cantaram o hino nacional. Frente a repercussão negativa do cerco à OAB, o general Newton Cruz transigiu, reconhecendo que houve “excesso de zelo” por parte das autoridades.

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