Mercado de trabalho

Mulheres perderam 13 milhões de empregos, diz OIT

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11 de dezembro de 2012, 12h59

As taxas de desemprego das mulheres são mais altas do que as dos homens em escala mundial. Não há previsão de melhora situação para as mulheres nos próximos anos, de acordo com o relatório Tendências Mundiais de Emprego para as Mulheres 2012, produzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Com a crise econômica, as mulheres perderam 13 milhões de empregos, segundo a OIT. De 2002 a 2007, a taxa de desemprego feminina era de 5,8%, comparada com 5,3% para os homens. Hoje em dia, os índices de desemprego apresentam diferença de 0,7%, e não mais 0,5%.

Os dados da OIT também trazem um indicador de segregação por setores econômicos. Mostram que as mulheres estão mais limitadas em sua escolha de trabalho. Hoje, nos países desenvolvidos, as mulheres têm menos vagas na agricultura e, por isso, passaram a trabalhar no setor de serviços. O emprego das mulheres na indústria se reduziu à metade, deslocando 85% delas para o setor de serviços, sobretudo na educação e saúde.

Nas economias avançadas, a crise parece haver afetado mais os homens nos setores que dependem do comércio do que as mulheres — que trabalham em saúde e educação. Nos países em desenvolvimento, as mulheres foram particularmente afetadas nos setores relacionados com o comércio.

“As políticas destinadas a reduzir as disparidades de gênero podem melhorar significativamente o crescimento econômico e os níveis de vida. Nos países em desenvolvimento podem contribuir de maneira considerável com a redução da pobreza”, afirma José Manuel Salazar-Xirinachs, diretor-executivo para Emprego da OIT.

O relatório recomenda a ampliação das medidas de proteção social destinadas a reduzir a vulnerabilidade das mulheres, os investimentos em capacitação e educação e a instaurar políticas que favoreçam o acesso ao emprego.

O documento enumera, ainda, uma série de diretrizes políticas para ajudar as famílias a reduzir os preconceitos de gênero nas decisões relativas ao trabalho e a diminuir as disparidades de gênero no mercado laboral. Melhorar a infraestrutura para reduzir a carga de trabalho das mulheres em casa é uma das diretrizes políticas da OIT.

Outras diretrizes são fornecer serviços de cuidado, sobretudo às crianças; modificar os custos e os benefícios da especialização de gênero, sobretudo garantindo que os impostos e as transferências não criem desincentivos para as famílias com duas fontes de renda; compensar as desigualdades das oportunidades de emprego entre homens e mulheres, sobretudo através de medidas dirigidas a eliminar o impacto negativo da interrupção da atividade profissional através de uma licença maternidade remunerada e do direito a regressar ao posto de trabalho. Com informações da Assessoria de Imprensa da OIT.

Clique aqui para ler o relatório  (em inglês).

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