Média mundial

Emergentes puxam aumento dos salários no mundo

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7 de dezembro de 2012, 12h29

O valor real dos salários aumentou no mundo em 2011, mas em índices menores do que o período anterior à crise. De acordo com o Relatório Mundial de Salários da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o crescimento foi puxado pelos países emergentes, porque naqueles de economia desenvolvida o resultado foi negativo.

No último ano, os salários mensais cresceram 1,2%. Em 2007, o crescimento foi de 3% e, em 2010, a média foi de 2,1%. Os índices, de acordo com a OIT, seriam menores se a China fosse excluída das estatísticas. Para este ano, a expectativa é que o crescimento seja nulo nas economias desenvolvidas.

Durante toda a crise, os índices se apresentaram positivos na América Latina e no Caribe, na África e ainda mais na Ásia, onde os salários quase duplicaram.

De 2000 a 2011, a média salarial aumentou 50% na Ásia, 18% na África, 15% na América Latina e Caribe e 5% nas economias desenvolvidas. No Oriente Médio não há dados suficientes para se chegar a uma conclusão. No entanto, as informações obtidas pela OIT mostram que os salários se mantiveram estagnados na região na última década.

Os dados compilados mostram também as diferenças salariais entre os países. Por exemplo, um trabalhador do setor manufatureiro nas Filipinas ganha US$ 1,40 por hora, comparado com menos de US$ 5,50 no Brasil, US$ 13 na Grécia, US$ 23 nos Estados Unidos e quase US$ 35 na Dinamarca.

Produtividade x salários
Segundo o relatório, os salários cresceram a um ritmo menor que a produtividade dos trabalhadores durante a última década na maioria dos países com dados disponíveis.

Nas economias desenvolvidas, a produtividade aumentou mais do que o dobro dos salários desde 1999, afirma a OIT.

Nos Estados Unidos, a produtividade por hora nas empresas não agrícolas aumentou 85%, enquanto as remunerações aumentaram somente 35% desde 1980. Na Alemanha, a produtividade aumentou em quase um quarto ao longo das duas últimas décadas, enquanto que os salários se mantiveram estáveis. Também na China a renda diminuiu enquanto que o PIB aumentou muito mais rápido que o gasto salarial total.

“Esta é uma tendência indesejada que, onde exista, é preciso ser revertida”, afirma o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. “Em nível social e político, sua interpretação mais clara é que os trabalhadores e suas famílias não estão recebendo o que merecem.”

Salário mínimo
O estabelecimento de um salário mínimo no país é uma forma de reduzir a pobreza e oferecer proteção social aos trabalhadores vulneráveis, afirma a OIT em seu relatório anual.

Em países desenvolvidos foi possível constatar que os salários mínimos atuaram como ferramenta de proteção social para trabalhadores. Antes, eram reajustados de acordo com a inflação, quando havia reajuste.

Na Grécia, o salário mínimo foi reduzido em drásticos 22% de seu valor prévio. Isto foi parte das condições estabelecidas pelos credores oficiais para liberar fundos de resgate. No Brasil, por outro lado, desde 2005 o salário mínimo teve aumento considerável.

Mas os dados mostram também que centenas de milhões de assalariados no mundo em desenvolvimento ganham menos de US$ 2 por dia. Nos Estados Unidos, 7% dos trabalhadores são pobres e na Europa o índice é de 8%. Com informações da assessoria de imprensa da OIT.

Clique aqui para ler o Relatório Mundial dos Salários (em inglês)
Clique aqui para ler um resumo do Relatório Mundial dos Salários (em espanhol).

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