"Ovo da serpente"

Dirceu critica mídia e Judiciário por condenação

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4 de dezembro de 2012, 10h42

O ex-ministro Chefe da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu (PT-SP), condenado a mais de dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por causa de seu envolvimento na Ação Penal 470, o processo do mensalão, mostrou otimismo ao falar sobre o caso, no Paraná, noticiou o jornal O Estado de S. Paulo.

Dirceu discursou durante 40 minutos para uma plateia de 150 pessoas nesta segunda-feira (3/12), em um auditório do Sindicato dos Bancários de Curitiba, na capital paranaense, em um evento promovido por grupos ligados ao partido.

O ex-ministro criticou duramente a mídia e o Judiciário que o julgou. No final, garantiu que a "a absolvição está nos autos" e "a verdade está do nosso lado", ao reafirmar a tese de que não houve provas para sua condenação. Mesmo assim, ao se despedir, fez menção à sua provável ida para a cadeia.

"Não vou abaixar a cabeça, não vou aceitar provocação. Vou continuar lutando em qualquer circunstância. Se eu estiver em regime fechado, como está hoje estabelecido pela sentença que já foi dada, meu caso já terminou, é verdade. Lá dentro eu vou continuar lutando, vocês podem ter certeza".

Dirceu chegou ao auditório por uma entrada lateral e evitou falar com a imprensa. Aplaudido de pé em sua chegada, ele foi interrompido mais três vezes por aplausos enquanto discursava. O petista explicou o andamento do processo e disse estar presenciando o "ovo da serpente".

"O Poder começa a se deslocar para o outro lado da praça, onde estão o Judiciário e os grupos de comunicação", fazendo alusão a um movimento que, segundo ele, tenta desestruturar os "avanços" do governo. Antes de Dirceu, diversas lideranças e parlamentares, incluindo o deputado federal Zeca Dirceu, seu filho, discursaram.

Mário Sokol, da Executiva Nacional do PT, disse que o partido cometeu um erro ao aceitar o jogo político. "O PT errou ao aceitar jogar um jogo de cartas marcadas", afirmou, se referindo à relações do governo com os parlamentares.

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