Eleições no Iasp

"Preencho todos os requisitos tradicionais do instituto"

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3 de dezembro de 2012, 14h00

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Com 138 anos de existência, o Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) tem um histórico de poucas disputas eleitorais. No próximo dia 5 de dezembro, a associação promoverá o seu terceiro pleito com mais de uma chapa. O baixo número de contendas pela diretoria da entidade ancora-se em um sistema consolidado há décadas. Reunidos no final de cada mandato, os ex-presidentes decidem o nome do próximo mandatário, que sai em chapa única.

E é nesse hábito que se apoia o candidato da chapa Tradição, Euclydes Mendonça. “Preencho todos os requisitos tradicionais do instituto. Tenho uma chapa de absoluta continuidade”, diz.

Atual vice-presidente do Iasp, Mendonça concedeu entrevista à revista Consultor Jurídico e falou sobre as eleições e a importância do instituto hoje. Em sua avaliação, além de defender a Justiça e o Estado Democrático de Direito, o Iasp tem como função servir de centro de estudos sobre as leis do país. “[O Iasp] tem uma importante atividade de estudos legislativos”, define.

Formado há quase 30 anos pela Santa Úrsula, do Rio de Janeiro, Mendonça milita na Justiça do Trabalho. Entre suas propostas estão elaborar um Plano de Ação para a entidade, instituir uma Comissão Especial responsável por relatório sobre a possibilidade de abertura de sedes regionais no interior do estado e alcançar a marca simbólica do milésimo associado (hoje são cerca de 800 membros).

Leia a entrevista:

ConJur — Como você interpreta a missão do Iasp na atualidade?
Euclydes Mendonça — É a mesma de quando ele foi fundado, há 138 anos. O instituto tem uma função específica e ela vai se adaptando de acordo com o tempo. Logicamente os fatos de hoje são diferentes do início do século, mas a função dele é a mesma prevista estatuariamente, que não pode mudar. Ele tem de defender os princípios democráticos, a Justiça e o Estado Democrático de Direito. É pra isso que o instituto existe e funciona. Ele tem uma importante atividade de estudos legislativos que é justamente o departamento que eu cuido, que a vice-presidência cuida. E esta é a função principal. De representação apartidária que não se confunde com OAB ou qualquer outra instituição.

ConJur — Poderia traçar um perfil do associado do Iasp?
Euclydes Mendonça — O associado do Iasp é um profissional do Direito, advogado, magistrado, ministro, procurador, promotor, que tenha interesse na atividade cultural. Que tenha saber jurídico, que seja um advogado atuante, um juiz dedicado, estudioso.

ConJur — Por que o nome Tradição na sua chapa?
Euclydes Mendonça — A chapa é a tradicional do instituto. É a chapa que foi escolhida em consenso. Consenso não quer dizer unanimidade. Consenso quer dizer reunidos em maioria chegou-se a um consenso. Escolheram o meu nome para a eleição no instituto. Essa é uma regra que perdura há muitos anos, há décadas, em que o conselho nato do instituto, os ex-presidentes, se reúnem com o presidente no mês de agosto do ultimo ano, e ali é indicado o nome daquele que deverá representar os interesses da instituição numa sucessão, normalmente em chapa única. Por isso Tradição. Eu preencho todos os requisitos tradicionais do instituto. Tenho uma chapa de absoluta continuidade com todos os diretores, à exceção do outro candidato, que está na disputa, e um outro que vai para o conselho. Todos os outros são da diretoria ou foram da diretoria.

ConJur — Para o eleitor: Quem é Euclydes?
Euclydes Mendonça — Os eleitores sabem. Sou diretor do instituto há nove anos. Entrei como diretor secretário e fui braço direito do presidente Tales Castelo Branco. Após a gestão do Tales, fui convidado a ser diretor financeiro e fiz uma gestão absolutamente eficiente, inclusive adquirindo a outra metade do andar sede do instituto, com muito esforço e muita dedicação. E fui convidado, também por conta de meu trabalho e assiduidade permanente, a ocupar a Vice-Presidência e a substituir a Presidência em todas as oportunidades. Este é o candidato que o eleitor já conhece. Acho muito difícil um eleitor do instituto que não conheça Euclydes Mendonça.

ConJur — Qual a trajetória profissional?
Euclydes Mendonça — Tenho quase 30 anos de formado e militância diária na Justiça. Advogo na Justiça do Trabalho, tenho o respeito dos tribunais, seja no Tribunal Regional do Trabalho, seja no TST. Sou titular de um importante escritório que era titularizado por Homero Alves de Sá, advogado com mais de 50 anos de formado. Herdei o escritório quando ele se aposentou.

ConJur — Dentre as suas propostas para o Iasp, quais são 3 mais emblemáticas para o futuro da instituição?
Euclydes Mendonça — Todas são importantes. Todas estão no site. Nas manifestações de grandes personalidades do direito é possível ver quem é Euclydes Mendonça.

ConJur — Quais os benefícios que o Iasp hoje dá aos seus associados?
Euclydes Mendonça —  O benefício que ele sempre deu: a oportunidade de participar de uma entidade íntegra, de estudo e dedicação ao Direito. Essa é a função do instituto. O instituto não foi feito para fornecer outro tipo de benefício. O instituto tem veículos para que o associado possa se dirigir, escrever, possa publicar artigos esparsos, como eu publiquei inúmeras vezes.

ConJur — O senhor pretende mudar algo?
Euclydes Mendonça — Todo presidente muda alguma coisa. É claro que há uma série de coisas que podem ser modificadas e evoluir. Tem sido assim ao longo do tempo. Da gestão Eduardo Tess pra cá, você vai ver que cada presidente deu uma contribuição. Daí eu falo em continuidade, daí a importância do apoio dos ex-presidentes. Porque a gestão do instituto é de absoluta continuidade. Isso é de uma clareza solar para quem conhece o instituto. Por exemplo, Rubens Approbato Machado criou a Comissão de Novos Advogados ao final de sua gestão. Claudio Mesquita assumiu e implantou essa comissão. Ele convidou Fernando Castelo Branco, que vai ser o meu diretor secretário, se ganharmos as eleições, para chefiar e estruturar esse departamento, que hoje tem uma importância enorme. O instituto incentiva que jovem advogado estude e participe. Claudio Mesquita comprou a sede mas não instalou. Rui Celso Reali Fragoso instalou, decorou e entregou pronta. Nelson Kojranski normatizou todos os departamentos, regularizou toda a parte de escritura, pagou a dívida com a OAB por conta de um empréstimo feito para aquisição e instalação da nova sede e por aí vai.

ConJur — Qual a sua expectativa em relação à eleição de 5 de dezembro?
Euclydes Mendonça — É uma eleição difícil. O outro candidato montou uma chapa sigilosamente meses antes do início razoável da corrida eleitoral, vem trabalhando há bastante tempo e logicamente tem apoios. Qualquer um dos dois pode ganhar. O que define são as urnas no dia.

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