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Marco Aurélio se diz “exaurido” com o julgamento

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11 de agosto de 2012, 17h17

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello está “exaurido e assustado” com o processo do mensalão. Para ele, o STF não é a instância ideal para os 38 réus e o julgamento ocorre num “sistema obsoleto que precisa urgentemente ser revisto”. As informações são do jornal O Globo.

Marco Aurélio observou ainda, após participar do 5º Congresso do Sindicato das Sociedades dos Advogados de São Paulo e do Rio de Janeiro, que o STF tornou-se “um cemitério de inquérito e ações penais”, e se disse “surpreendido” com o calendário do julgamento — ele não compareceu à sessão da sexta-feira (10/8).

“Estou exaurido de tanto ouvir. E sedento para que as explanações [da defesa] acabem para que, no próximo dia 16, comecemos logo a votar”, afirmou Marco Aurélio, embora admita que ainda não é certo que procedimento os ministros adotarão para votar.” Não sabemos se desmembraremos ou não a acusação da condenação das penas, caso elas existirem. Se cada ministro falar o que pensa e der a pena que ache correta, vai ser como um leilão, uma confusão que não sei se teremos resultado antes das eleições.”

O magistrado reforçou que era favorável ao desmembramento da ação, o que deixaria apenas os três réus com foro privilegiado — João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT), Valdemar Costa Neto (PR-SP) — ao juízo do STF, sendo que o restante iria para tribunais inferiores. “Começamos mal e consertar isso é muito difícil. Estamos assustados com isso e não há prazo mesmo para terminar”, declarou.

Durante a entrevista coletiva — leia mais sobre ela aqui na ConJur — Marco Aurélio também lembrou que há uma fila de 900 casos na corte e que, enquanto julgam o mensalão, cada ministro recebe em média 100 novos casos por semana. Entre os processos parados, ele citou os que tratam da caderneta de poupança, reajuste de vale-alimentação de funcionários públicos e desaposentação.

Clique aqui para assistir os vídeos do julgamento do mensalão.

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