Portas da corrupção

Justiça passará a monitorar “contratos de gaveta”

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11 de agosto de 2012, 12h27

O Conselho Nacional de Justiça e o Colégio Notarial do Brasil — que representa cartórios e tabeliães — assinaram na quinta-feira (8/8) termo de cooperação para que a Justiça e órgãos de controle possam monitorar escrituras, procurações e inventários sem o registro final com transferência efetiva de propriedade, lavrados nos mais de 7 mil cartórios de notas de todo o país.

Segundo o CNJ, vários suspeitos investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas não registram, em definitivo, imóveis e automóveis, e tampouco os declaram ao Imposto de Renda. Fazem “contratos de gaveta”, mantendo apenas procurações ou escrituras públicas que dão poderes sobre o patrimônio e permitem a transferência do bem. O monitoramento também sinalizará suspeitas de acordos de fachada, que dão propriedade de empresas a terceiros, os chamados “laranjas”.

“Com isso começamos a trancar algumas portas da corrupção”, disse Ricardo Chimenti, juiz auxiliar da Corregedoria do CNJ. Segundo ele, o sistema já funciona com informações de 1.085 cartórios de notas de São Paulo e rastreia contratos por meio do CPF e do CNPJ.

O CNJ ainda não fechou o cronograma para a nacionalização do sistema. O sigilo das informações é assegurado por lei. A quebra depende de autorização judicial, inclusive em caso de pessoas sob investigação. Com informações da Agência Brasil.

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