Mundo editorial

Scott Turow critica a pirataria de livros digitais

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11 de setembro de 2011, 18h10

O autor e advogado norte-americano Scott Turow, best-seller mundial por thrillers jurídicos como Acima de Qualquer Suspeita que originou o filme homônimo de 1990, dirigido por Alan J. Pakula e estrelado por Harrison Ford disse na última sexta-feira (9/9), em sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, ver com preocupação a forma como os livros digitais vêm sendo pirateados, e que embora seja contra a pena de morte, defende a execução de Osama Bin Laden, que ele definiu como um ato de guerra. (Clique aqui para ver a sabatina)

Turow disse que "é preciso ter uma ação contra a pirataria, ou eles vão destruir a base financeira do mundo editorial". Para o escritor e advogado, não são os autores best-sellers quem mais tem a perder com a pirataria de e-books, e sim os que estão só começando. O autor tratou da discussão a respeito dos livros digitais ao ser questionado sobre artigo que publicou no New York Times criticando leis de flexibilização dos direitos autorais propostas pela organização sem fins lucrativos Creative Commons. "Concordo com Lawrence Lessig (fundador da organização) em algumas coisas. Não acho que direitos autorais deveriam ser estendidos do jeito que vêm sendo nos EUA no que diz respeito a estúdios de cinema, por exemplo."

Turow veio ao Brasil também para lançar o thriller O Inocente, sequência de Acima de Qualquer Suspeita romance que o norte-americano sempre disse que não teria continuação. "Uma coisa que aprendi desta experiência é que você nunca deve acreditar em um escritor quando ele diz que nunca escreverá sobre determinado assunto."

Antes de O Inocente, seus romances O Ônus da Prova, Erros Irreversíveis e Declarando-se Culpado também já haviam ganhado versões em telefilmes. Produzida por Sidney Pollack e dirigida por Alan Pakula (de "Todos os Homens do Presidente"), a adaptação de Acima de Qualquer Suspeita foi a única a ser exibida no cinema. "A Hollywood de hoje é muito diferente daquela dos anos 80. Hoje, se faz menos filmes, principalmente para agradar os espectadores mais jovens, que são a maior parte da audiência. Já se convencionou nos EUA que o lugar da Corte é na TV", apontou.

Conhecido por defender a extinção da pena de morte nos EUA, Turow admitiu, no entanto, que não se opõe à ação do exército americano que terminou com o assassinato do terrorista Osama Bin Laden. "Como eu, que não acredito na pena de morte, posso achar certo o que aconteceu? E eu acho. O fato é que a pena de morte é uma maneira de o país lidar com questões internas que se referem a seus próprios cidadãos, não serve para assuntos de guerra. Não há dúvida de que a Al-Qaeda está em guerra com os EUA. E isso (a execução de Bin Laden) foi um ato de guerra dos Estados Unidos."

Clique aqui para ver a sabatina.

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