Desvio de dinheiro

Orlando Silva terá que se explicar na Comissão de Ética

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17 de outubro de 2011, 20h53

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira (17/10) pedir explicações ao ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), sobre a acusação de que participava de esquema de desvio de recursos na pasta. Depois do seu depoimento, a comissão decidirá se abre, ou não, investigação contra o ministro.

De acordo com o presidente da Comissão de Ética Pública, ministro Sepúlveda Pertence, Orlando Silva terá 10 dias, após ser notificado, para apresentar suas explicações.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira (17/10) que vai encaminhar ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, pedido de investigação sobre as denúncias. Para Cardozo, "tudo será facilitado porque o próprio acusado" pediu-lhe que determinasse a investigação. "Todos aqueles que tenham contribuído para os fatos supostamente ocorridos serão ouvidos pela Polícia Federal, que tomará como ponto de partida investigações que já estavam em andamento sobre convênios firmados pelo ministério. Uma vez identificados novos fatos, estes poderão envolver a abertura de um novo inquérito". Cardozo disse que vão ser tomadas medidas "dentro do que a lei determina e tudo será feito de forma criteriosa, independente, autônoma e republicana".

A acusação
O ministro do Esporte foi citado em reportagem da revista Veja como beneficiário de esquema de desvio de recursos do Programa Segundo Tempo, criado para estimular a prática esportiva entre os jovens e que financia projetos de organizações não governamentais. Na reportagem, as acusações são feitas pelo policial militar João Dias Ferreira.

"Diante das últimas matérias decidimos pedir explicações ao ministro para depois tomarmos uma decisão de prosseguir ou não nas apurações", explicou Sepúlveda Pertence ao sair da reunião. O presidente da comissão disse ainda que já tomou conhecimento, pela imprensa, da intenção de Orlando Silva em prestar esclarecimentos à comissão. "Vi que ele manifestou essa intenção e acho adequado".

A defesa
Orlando Silva disse que repudia "veementemente" as denúncias publicadas no fim de semana sobre ele. Segundo o ministro, as fontes da reportagem da revista Veja são "bandidos" e a única vez que recebeu o principal denunciante, o ex-militante do PCdoB João Dias Ferreira, foi quando era secretário executivo na gestão do então ministro Agnelo Queiroz, atual governador do Distrito Federal.

"A única vez em que estive com este caluniador foi quando eu era secretário executivo do Ministério do Esporte, na gestão do então ministro Agnelo Queiroz, que havia recomendado que o recebesse e que fosse firmado o acordo [com a organização não governamental de Ferreira]", disse o ministro.

Orlando Silva disse, no entanto, que considera o governador Agnelo Queiroz (PT), ex-filiado do PCdoB, uma pessoa correta. "Quero crer que (Agnelo) agiu de boa-fé. Não quero crer que o governador sabia de qualquer informação que fosse desabonadora."

O ministro ressaltou que tomou a iniciativa de pedir que à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que façam as investigações necessárias sobre as denúncias veiculadas e que também protocolou pedido de audiência na Comissão de Ética da Presidência da República para se explicar. Orlando Silva disse que vai impetrar ações por calúnia e por danos morais.

Sobre sua situação no governo, o ministro disse que conta com o apoio do partido e que encontrou, em conversa com os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, solidariedade e muita confiança. Com informações da Agência Brasil.

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