Suspeita de crime

Mulher com preventiva decretada é presa em Santos

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4 de novembro de 2011, 10h40

Acusada de integrar uma milícia que agia em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e com prisão preventiva decretada pela juíza Patrícia Lourival Acioli, que foi assassinada, uma mulher de 35 anos foi presa esta semana na Baixada Santista. Ela é apontada como a autora do assassinato de uma mulher. Na véspera do homicídio, a mesma vítima havia sido sequestrada e extorquida por ela, de acordo com as investigações. Delegados e investigadores do 1º DP e da Delegacia de São Vicente a localizaram e a prenderam na casa onde residia no Jardim Rio Branco, na Área Continental do município.

Considerada uma mulher trabalhadora pelos vizinhos, a sua prisão os surpreendeu. Funcionária de uma rede de lojas de materiais de construção, ela exercia o cargo de vigilante em uma filial situada em um shopping de Santos.

O processo no qual a juíza Patrícia Acioli decretou a preventiva dela tem outro réu: um cabo da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro — acusado de liderar uma milícia conhecida como Bonde do Zumbi.

Lotado no 12º Batalhão da PM, em Niterói, o cabo foi preso no último dia 10 de setembro. As ordens de captura contra ele e a mulher foram expedidas em 29 de junho deste ano pela juíza. Porém, o crime que deu origem ao processo foi praticado em 22 de setembro de 2007.

A elucidação do caso só ocorreu anos depois porque eventuais testemunhas tinham medo de denunciar o Bonde do Zumbi e as provas só foram produzidas após os suspeitos terem suas ligações telefônicas interceptadas por policiais da 72ª Delegacia de Polícia (São Gonçalo). A autorização das escutas foi dada pela juíza Patrícia Acioli.

A juíza foi morta na madrugada de 12 de agosto, cerca de um mês e meio após decretar a preventiva do cabo e da mulher. Ela foi seguida do Fórum de São Gonçalo, sendo morta a tiros ao chegar em sua casa, em Niterói.

Onze policiais militares foram denunciados e presos preventivamente pelo homicídio de Patrícia Acioli. Entre eles estão o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva, ex-comandante do 7º BPM (Niterói), e o tenente Daniel Santos Benitez Lopez. Eles são apontados, respectivamente, como mandante e autor dos disparos.

O processo no qual a mulher e o cabo são réus tem como vítima uma mulher morta com um disparo na cabeça dado por trás. Segundo o promotor de Justiça, Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, a mulher atirou na presença do cabo, que a “encorajava”. A acusada temia que a sua condição de informante do cabo fosse revelada pela vítima para traficantes.

Na véspera do homicídio, a vítima foi sequestrada e extorquida. A chantagem exercida mediante ameaça de arma de fogo teve como suposto motivo o envolvimento da vítima com o comércio de drogas.

O delegado Geraldo Assed Estefan, da 72ª DP (São Gonçalo), concluiu em suas investigações que a milícia comandada pelo cabo sequestrava e matava traficantes para depois exigir resgates de R$ 5 mil a R$ 30 mil de comparsas e parentes das ítimas. A mulher nega participação em milícias e refuta envolvimento na morte da vítima.

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