Sexo forte

Mulheres já são maioria em funções no TJ-RS

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8 de março de 2011, 5h51

Trinta e sete anos depois de Maria Berenice Dias, então com 26 anos, ter se tornado a primeira mulher a assumir o cargo de juíza no Rio Grande do Sul — estado cantado em prosa e verso como reduto da virilidade masculina —, muita coisa mudou. E para melhor. A mesma Berenice, conhecida como a ‘‘juíza dos afetos’’, chegou a desembargadora em 1996, rompendo uma tradição de 122 anos. Hoje, está aposentada. No seu rastro, como símbolo da ascensão feminina dentro do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, outra mulher também se destaca. É a desembargadora Liselena Schifino Robles Ribeiro, terceira vice-presidente da Corte e a primeira mulher eleita para atuar na administração da Justiça gaúcha. Seu mandato vai até fevereiro de 2012.

Mais do que simples conquista pessoal ou pontual, o fato é que a mulher gaúcha passou a ocupar, cada vez mais, os espaços de trabalho no Judiciário. Dados divulgados pela Assessoria de Imprensa do TJ-RS revelam que elas já representam 50% da força de trabalho no Judiciário estadual. E melhor: dos 634 magistrados que atuam nas comarcas do estado, as juízas já são maioria, com 315 postos. A ala masculina é representada por 313 julgadores.

No Tribunal, porém, em funções judicantes, elas são minoria. São 134 desembargadores ante 35 desembargadoras. Elas representam 25% do total de magistrados de segundo grau, o que não é ruim quando comparado o quadro atual com o de 2006, em que elas representavam somente 16% deste universo.

Se considerarmos o número total de funcionários do TJ-RS, estimado em 2.003, as mulheres voltam a ter vantagem: representam 52,77%. Nos Foros gaúchos, a presença percentual da mulher é ainda mais visível: 57%. Ou seja, do universo de sete mil servidores, quatro mil são do sexo feminino. Entre os pretores — função considerada porta de entrada da magistratura —, as mulheres estão presentes em 60% dos cargos.

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