Fraude em contratos

Vice-prefeito de Campinas é preso em Guarulhos

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26 de maio de 2011, 21h06

O vice-prefeito de Campinas (interior de São Paulo), Demétrio Vilagra (PT), foi preso nesta quinta-feira (26/5) ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos. Ele é acusado pelo Ministério Público de chefiar um esquema de fraudes em contratos públicos. O PT questiona a investigação feita pelo Ministério Público envolvendo o vice-prefeito.

Demétrio Vilagra teve a prisão decretada na última sexta-feira (20/5) pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas. Considerado foragido, estava em férias na Espanha. A defesa do vide-prefeito ingressou com pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo. O recurso será distribuído ao desembargador Amado de Faria, da 15ª Câmara Criminal.

Ao desembarcar, o vice-prefeito foi acompanhado por promotores de Justiça, pelo chefe da Polícia Federal em Cumbica, delegado Wagner Castilho, e pelo chefe da Polícia Civil em Cumbica, o delegado Roveraldo Battaglini. Ele ficará detido no anexo do 2º DP (Distrito Policial).

Um dia antes da provável prisão do vice-prefeito, deputados estaduais do PT se reuniram com o procurador-geral de Justiça, Fernando Grella. A bancada petista entende que não há justificativa para a prisão do vice-prefeito e questiona a investigação do Gaeco de Campinas. O chefe do Ministério Público defendeu a atuação dos promotores de Campinas.

Relatório do Ministério Público aponta Vilagra como um dos principais integrantes de uma suposta organização criminosa que favorecia empresas em contratos públicos em troca de propina. Ele se afastou da presidência do Ceasa (Central de Abastecimento de Campinas), após as acusações.

O mesmo relatório indica a primeira-dama, Rosely Nassim Jorge Santos, chefe do gabinete do prefeito de Campinas (SP), Hélio de Oliveira Santos (PDT), como "responsável pela idealização e criação do esquema criminoso" que agia em supostas fraudes em contratos públicos. Rosely obteve HC preventivo do Tribunal de Justiça, que impede sua prisão temporária.

As investigações do Ministério Público sobre a suposta organização criminosa se concentraram na Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) de Campinas. Além do vice-prefeito e da primeira-dama, dois dos secretários mais próximos do prefeito, Francisco de Lagos (Comunicação) e Carlos Henrique Pinto (Segurança), tiveram mandados de prisão expedidos.

Francisco Lagos conseguiu nesta quinta-feira (26/5) liminar que sustou os efeitos do decreto de prisão. A liminar foi concedida, por votação unânime, pela 15ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça paulista.

As denúncias de fraude em contratos foram confirmadas em depoimento ao Ministério Público por meio da delação premiada pelo ex-presidente da Sanasa, Luiz Augusto de Aquino, que foi amigo de infância do prefeito Hélio de Oliveira Santos e presidiu a Sanasa de 2005 a 2008. De acordo com o MP, Aquino "foi sucedido na organização criminosa pelo vice-prefeito Vilagra". 

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