Versões da discussão

Bate-boca marca sessão plenária no TJ de Alagoas

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22 de junho de 2011, 21h10

Uma confusão marcou a sessão plenária do Tribunal de Justiça do Alagoas, na terça-feira (21/6). O site do jornal semanal Extra Alagoas acusou a desembargadora Elisabeth Carvalho de expulsar um de seus repórteres, Victor Avner, da sessão, em represália a notícias escritas pelo jornalista. Em entrevista à revista Consultor Jurídico, por e-mail, a desembargadora nega que os fatos aconteceram como foram narrados no jornal.

O jornal afirma que Elisabeth, irritada com a presença de Avner na sessão, pediu a palavra à presidente em exercício, desembargadora Nelda Padilha, e disse, “em tom irônico”, que “o Extra havia mandado alguém para distorcer as palavras dos desembargadores”. Segundo a reportagem, a desembargadora ainda ameaçou processar o jornalista e passou a chamá-lo de palhaço.

De acordo com relato do próprio Avner ao jornal, Elisabeth, diante de seu silêncio, mandou que os seguranças do TJ-AL recolhessem o material do repórter, que disse estar com bloco de notas, câmera e gravador. Quando recusou entregar os equipamentos, Elisabeth, então, mandou os seguranças expulsarem Avner do pleno do Tribunal.

Na versão da desembargadora, a briga foi diferente. Ela conta que, na última sessão, Avner saiu da última fila de cadeiras do plenário, onde estava, e foi para a segunda. Elisabeth pediu, então, a palavra à desembargadora Nelda para que ela explicasse melhor uma de suas falas. Justificou que ali estava “o jornalista responsável pela matéria que denegriu a dignidade do Poder Judiciário de Alagoas”. Ela se refere à reportagem publicada na última edição do Extra que fala sobre o pagamento ilegal de horas extras no Tribunal, durante a gestão de três desembargadores, inclusive Elisabeth. O texto baseou-se em relatório do Conselho Nacional de Justiça, mas seu teor desagradou a desembargadora Elisabeth, que chamou as informações de “inverdades”.

Ainda segundo Elisabeth, depois que ela se pronunciou sobre a notícia do Extra, Avner passou a encará-la “com um sorriso desrespeitoso”. E aí houve o destempero: “Alertei que ele me respeitasse pelo menos ali, já que no jornal deles não se tinha o menor respeito. Depois, ele passou a me encarar de forma meio ameaçadora”.

Elisabeth pediu, então, que o jornalista se retirasse da sala. Ele continuou sentado e escrevendo. “Foi quando pedi que apanhassem com ele o que escrevia, para saber do que se tratava”. Ele então, segundo ela, se levantou e foi embora. “Não é verdade que eu o tenha chamado de palhaço ou tenha tomado qualquer material”, se defende a desembargadora.

Ao jornal em que trabalha, Victor Avner declarou que ficou “surpreso" durante todo o acesso de fúria da desembargadora. Em nenhum momento a desrespeitei”. O jornalista disse que vai tomar as medidas judiciais cabíveis. Para Elisabeth Carvalho, o Extra Alagoas “é contumaz em fazer publicações denegrindo a honra das pessoas”.

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