Invasão indiana

Terceirização de serviços jurídicos chega aos EUA

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11 de junho de 2011, 9h23

A Pangea 3, gigante indiana do ramo de terceirização de serviços jurídicos, abriu, nesta semana, seu primeiro escritório nos Estados Unidos. Comprada pela Thomson Reuters no ano passado, a Pangea 3 irá ocupar um antigo prédio da Reuters com capacidade para 400 funcionários no subúrbio de Dallas, Texas.

A chegada aos EUA da Pangea 3, uma das estrelas em ascensão do mercado de Terceirização de Procedimentos Legais e Administrativos (Legal Process Outsourcing – LPO) na Ásia, era considerada uma questão de tempo frente à realidade enfrentada por departamentos jurídicos e bancas de advocacia, nos Estados Unidos e Europa, que têm sofrido uma intensa política de corte de custos. A escolha de Dallas foi estratégica conforme reportaram durante a semana veículos como a revista The American Lawyer e o site Legally India.

A contratação de advogados americanos já tinha tomado curso há alguns meses. Sanjay Kamlani, co-CEO da Pangea 3, declarou ao Legally India que a qualidade e variedade dos profissionais do Direito em Dallas, a localização geográfica e a proximidade com um dos maiores aeroportos internacionais dos EUA foram decisivos para instalar o escritório no norte do estado do Texas.

De acordo com o The New York Times, a contratação de advogados americanos pela Pangea 3 visa preencher vagas que devem lidar diretamente com assuntos e clientes “mais sensíveis”, envolvendo questões de patentes comerciais, leis de exportação e contratos com as Forças Armadas americanas.

Literalmente chamada de “Máquina Indiana de Terceirização Jurídica”, por veículos como The American Lawyer, o mercado de terceirização teve sua primeira expansão na Ásia. De acordo com analistas, ao se instalar em países com baixo custo de manutenção e dispor “de um exército de jovens advogados indianos recém-saídos da universidade e versados em inglês e no sistema judicial dos EUA”, o setor cresceu exponencialmente até chamar a atenção de companhias como a Thomson Reuters, por exemplo.

Conforme, no Ocidente, escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de grandes empresas tentam controlar os gastos, o acesso a serviços de terceirização jurídica a custos muito inferiores se revelou uma alternativa incontornável. De acordo com o Legal Times, no Reino Unido, em março, o U.K.’s Solicitors Regulation Authority começou a estabelecer normas para regulamentar o mercado de terceirização jurídica no país, três anos depois que a American Bar Association, a Ordem dos Advogados dos EUA, iniciou o processo no outro lado do Atlântico.

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