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Ex-executiva de tabloide é detida em Londres após escândalo de escutas

17 de julho de 2011, 17h20

Por Redação ConJur

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Depois de ter renunciado ao cargo executivo que mantinha no grupo News International, Rebekah Brooks foi detida nesta domingo (17/7) pela Polícia de Londres, em decorrência das escutas telefônicas do tabloide News of the World. O conglomerado pertence ao magnata Rupert Murdoch e está envolvido no escândalo das escutas telefônicas ilegais que resultou no fechamento da publicação e na desistência de um projeto-chave de expansão do império Murdoch no Reino Unido. As informações são do portal UOL.

Aos 43 anos, Rebekah é ex-chefe de redação do tabloide. Ela disse aos funcionários do jornal que sentia uma grande responsabilidade pela crise que se estendeu aos Estados Unidos, onde o FBI realiza uma investigação preliminar por possíveis escutas de vítimas dos atentados de 11 de setembro.

A demissão da jornalista inagura um novo capítulo na crise que vem tranformado o grupo. Em uma semana, Murdoch teve que fechar o "News of the World" e desistir de assumir o controle do canal britânico de TV paga BSkyB. O primeiro-ministro David Cameron nomeou um juiz com fama de rigoroso para realizar uma dupla investigação sobre as escutas e a ética nos meios de comunicação.

A ex-chefe de redação é toda como a sétima filha de Murdoch. Sua carreira começou há 20 anos. Nesse tempo, passou de secretária no "News of World" a redatora-chefe do jornal entre 2000 e 2003, depois ficou no "Sun" até 2009 e, por fim, foi diretora-geral do News International.

O promotor no processo da assassina em série britânica Rose West, Lord Leveson, vai analisar as atividades da imprensa e também suas relações com a polícia e o mundo político. Ele deve exigir um reforço das instâncias de controle da imprensa.

Hoje é setor é regulado pela Press Complaints Comission (PCC), considerada pouco eficaz. Em maio de 2010, por exemplo, o Daily Telegraph foi condenado a publicar desculpas depois que duas de suas jornalistas, que se fizeram passar por eleitoras, montaram uma armadilha contra deputados liberal-democratas. A ideia de uma autoridade de regulação da imprensa é rechaçada por muitos editores, que alegam a preservação da liberdade dos meios de comunicação.