Votos iluminados

Lei não consegue destrocar lâmpadas nos EUA

Autor

14 de julho de 2011, 7h43

Quantos políticos são necessários para não trocar uma lâmpada? A pergunta é da Agência Reuters e a resposta é: um pouco mais de um terço dos deputados federais dos EUA. Nesta quarta-feira (13/7), os republicanos não conseguiram dois terços dos parlamentares americanos para aprovar um projeto de lei que propunha trocar o uso, nos lares do país, de lâmpadas energicamente eficientes pela velha lâmpada incandescente.

A Reuters advertiu, logo na abertura da reportagem: "às vezes uma reportagem, por mais séria que seja, parece uma piada". O projeto de lei do deputado republicano pelo Texas Joe Barton, com o nome de U.S. Bulb Act (Lei da Lâmpada Elétrica dos EUA) se destinava a derrubar uma lei aprovada em 2007, que definiu padrões para a eficiência energética das lâmpadas. A lei não bane a lâmpada incandescente, mas requer que as lâmpadas se tornem mais eficientes energeticamente até 2020, gradativamente.

Interpretação
Um dos lados sérios da notícia se traduz na pergunta: até que ponto a lei deve interferir nas atividades econômicas, atribuindo mais poderes ao governo para controlar o mercado e, portanto, criando um governo inchado (nos EUA, chamado de Big Government)?

Mas a pergunta mais importante, toda vez que um projeto de lei é proposto é: a quem interessa essa lei? Aparentemente, a lei em vigor é de interesse dos consumidores, porque ela pode reduzir os custos da energia elétrica nas residências. O projeto de lei derrubado nesta quarta-feira é de interesse, em pequena parte, das fabricantes de lâmpadas incandescentes, que se mantêm no negócio por mais tempo. E, em grande parte, das grandes corporações que, de um modo geral, monopolizam os serviços de energia elétrica nos Estados Unidos, por regiões.

Na noite desta quarta-feira, o bom senso iluminou a maioria dos parlamentares.  

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!