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Professor que denunciou colegas é demitido no Rio

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9 de julho de 2011, 15h21

Um professor que denunciou irregularidade no currículo de dois colegas do curso de Direito da Faculdade Paraíso, em São Gonçalo (RJ), foi demitido na quinta-feira (7/7), pela instituição. Outro docente do Direito e uma professora do curso de Letras, que o apoiavam, também foram afastados. A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo.

O docente denunciou a irregularidade do currículo dos colegas Francis Wagner de Queiroz Ribeiro e Tathiana Lisboa  Ribeiro. Eles não seriam mestres pela Universidade Cândido Mendes, nem doutores (no caso de Francis) pela Federal de Pernambuco.

Francis era coordenador do curso de Direito, e Tathiana , professora. Eles também faziam parte do grupo de avaliadores da qualidade dos cursos de Direito do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao MEC. Após as denúncias, o órgão pediu, no dia 12 de junho, que os dois apresentassem os documentos que comprovassem os títulos, necessários para integrar o banco de avaliadores. Segundo o Inep, as avaliações feitas por Francis foram canceladas – incluindo a do curso de Direito da PUC-SP.

Demissão
Celia Regina Rodrigues da Costa, coordenadora da Faculdade Paraíso, explica por que decidiu afastar os três professores: "Eles quiseram fazer marketing negativo da instituição. Um deles até falou pelo Facebook para os alunos saírem de lá."

O professor que denunciou as irregularidades nega que tenha feito campanha negativa, mas sentiu que a instituição não resolveria a questão. "A universidade disse que iria apurar, mas não senti firmeza", contou. Segundo Celia, as providências foram rapidamente tomadas.

"Foi um negócio que desmoronou. A sorte é que eram pessoas que ministravam aulas muito bem e eram graduados. Não afetou o ensino. Ele [Francis] era coordenador daqui e tinha sido chamado para ser coordenador da Estácio", diz Celia, que achou a atitude do grupo liderado pelo professor anônimo inadequada. "Se a faculdade não tivesse tomado providência nenhuma, os professores teriam que tomar atitude. E temos autonomia de reestruturar corpo docente. Começamos a selecionar novos docentes."

O Ministério Público Federal abriu inquérito e investiga o caso. O Inep afirma que, para fazer parte de seu banco de avaliadores, confere o currículo Lattes e documentos chancelados pelas universidades. Segundo o Inep, os professores apresentaram os dois documentos. No curriculo lattes de Francis Wagner de Queiroz Ribeiro, atualizado em 12 de junho, não constam mestrado nem doutorado.

Celia, da Faculdade Paraíso, diz ter sido procurada por um porta-voz de um deputado, que pretende organizar uma iniciativa para coibir fraudes em documentação entregue por professores universitários.

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