Morre, aos 81 anos, ex-presidente Itamar Franco
2 de julho de 2011, 13h26
Nos últimos dias, ele apresentou um quadro de pneumonia grave e precisou ser transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Segundo a assessoria do ex-presidente, ele estava acompanhado das filhas, Georgiana e Fabiana, e de assessores próximos. O corpo será velado em Juiz de Fora (MG) e cremado em Belo Horizonte.
Baiano de nascimento, Itamar foi ganhar destaque político em Minas Gerais. Surgiu para o País em 1989, quando era candidato a vice-presidente na chapa de Fernando Collor de Mello – e assumiu a Presidência depois do impeachment do alagoano.
Entre as atribuições do político mineiro, notadamente estava sua retidão ética. Mas sempre cobrou ser reconhecido, também, pela estabilidade política e econômica do país; por conta da transição bem feita depois do desfecho do governo Collor e do lançamento do Plano Real, já durante sua gestão como presidente.
Luto
A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de sete dias. Ela declarou que Itamar “deixou uma trajetória exemplar de honradez pública. O também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a sabedoria política do colega e lembrou que “mesmo nos momentos de divergência política mantivemos uma relação de profundo respeito e diálogo”.
Fernando Henrique Cardoso disse que a morte de Itamar veio “num momento no qual o país precisa de homens exemplares”, e elogiou: “Incorruptível, com espírito público comprovado, comprometido com seu estado e com o povo brasileiro, Itamar deixa um legado extraordinário”. Para FHC, “todos devemos a ele a marca de um homem a quem o poder não abalou a simplicidade no modo de viver, nem muito menos as exigências de conduta que aplicava a si e a quem estava a seu lado”.
O antigo colega Fernando Collor disse que Itamar foi “um companheiro inexcedível”, além de “um homem digno, coerente, ético e defensor intransigente de seus ideiais”. Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, o ex-presidente era uma “pessoa sensível às necessidades dos mais humildes e profundamente identificado com os valores de sua gente”.
Em nota, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) declarou que “foi um amigo da magistratura brasileira, convicto que era da importância do Judiciário e do magistrado como sustentáculo da cidadania e do Estado Democrático de Direito. Para o Tribunal Superior do Trabalho, Itamar era um homem “ousado, probo e independente” e deixou “um legado perene à sociedade brasileira. Em nota de pesar, o TST, “consternado”, disse que “o Brasil perdeu o estadista que, com coragem e tirocínio, implantou o mais engenhoso plano de estabilização econômica da história do país”.
O presidente da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil, Luiz Flávio Borges D’Urso, disse que o ex-presidente foi responsável pela consolidação da democracia brasileira e iniciou um processo de estabilidade econômica “que perdura até hoje”. Com informações da Folha de S. Paulo.
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