Presidente da estabilização

Morre, aos 81 anos, ex-presidente Itamar Franco

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2 de julho de 2011, 13h26

agenciabrasil.ebc.com.br
Morreu na manhã deste sábado (2/7) o senador e ex-presidente da República Itamar Franco (PPS), aos 81 anos. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 21 de maio para tratar de leucemia. Desde sua internação, Itamar estava licenciado de suas atividades no Senado. 

Nos últimos dias, ele apresentou um quadro de pneumonia grave e precisou ser transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Segundo a assessoria do ex-presidente, ele estava acompanhado das filhas, Georgiana e Fabiana, e de assessores próximos. O corpo será velado em Juiz de Fora (MG) e cremado em Belo Horizonte.

Baiano de nascimento, Itamar foi ganhar destaque político em Minas Gerais. Surgiu para o País em 1989, quando era candidato a vice-presidente na chapa de Fernando Collor de Mello – e assumiu a Presidência depois do impeachment do alagoano.

Entre as atribuições do político mineiro, notadamente estava sua retidão ética. Mas sempre cobrou ser reconhecido, também, pela estabilidade política e econômica do país; por conta da transição bem feita depois do desfecho do governo Collor e do lançamento do Plano Real, já durante sua gestão como presidente.

Luto
A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de sete dias. Ela declarou que Itamar “deixou uma trajetória exemplar de honradez pública. O também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a sabedoria política do colega e lembrou que “mesmo nos momentos de divergência política mantivemos uma relação de profundo respeito e diálogo”.

Fernando Henrique Cardoso disse que a morte de Itamar veio “num momento no qual o país precisa de homens exemplares”, e elogiou: “Incorruptível, com espírito público comprovado, comprometido com seu estado e com o povo brasileiro, Itamar deixa um legado extraordinário”. Para FHC, “todos devemos a ele a marca de um homem a quem o poder não abalou a simplicidade no modo de viver, nem muito menos as exigências de conduta que aplicava a si e a quem estava a seu lado”.

O antigo colega Fernando Collor disse que Itamar foi “um companheiro inexcedível”, além de “um homem digno, coerente, ético e defensor intransigente de seus ideiais”. Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, o ex-presidente era uma “pessoa sensível às necessidades dos mais humildes e profundamente identificado com os valores de sua gente”.

Em nota, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) declarou que “foi um amigo da magistratura brasileira, convicto que era da importância do Judiciário e do magistrado como sustentáculo da cidadania e do Estado Democrático de Direito. Para o Tribunal Superior do Trabalho, Itamar era um homem “ousado, probo e independente” e deixou “um legado perene à sociedade brasileira. Em nota de pesar, o TST, “consternado”, disse que “o Brasil perdeu o estadista que, com coragem e tirocínio, implantou o mais engenhoso plano de estabilização econômica da história do país”.

O presidente da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil, Luiz Flávio Borges D’Urso, disse que o ex-presidente foi responsável pela consolidação da democracia brasileira e iniciou um processo de estabilidade econômica “que perdura até hoje”. Com informações da Folha de S. Paulo.

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