Contradições na carreira

Concursos para ingresso no MP elitizam a profissão

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2 de julho de 2011, 13h00

A realização de concursos para cargos de carreira no Ministério Público estão gerando contradições na instituição. A opinião é de Cláudio Barros, membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Procurador de Justiça do Rio Grande do Sul, para quem as provas estão encaminhando o MP para a elitização.

Barros acredita que o perfil dos promotores que chegam ao Ministério Público mudou nos últimos 15 anos. “Os colegas entram com uma ideia de instituição elitizada e vão ter um compromisso institucional de defender um cidadão mais carente. Esse é um grande desafio nosso que temos de enfrentar”.

Em palestra no 3º Congresso Estadual do Ministério Público da Paraíba, Barros apontou, como motivos para o fenômeno, a massificação dos cursos de Direito no Brasil e os altos salários dos cargos no MP. Isso faz da carreira de promotor de Justiça uma das mais concorridas do Judiciário, chegando a ter 200 candidatos por vaga. No entanto, Barros explica que apenas os pretendentes com “sustento familiar mais consistente” conseguem passar nas provas – os que podem se dedicar apenas a estudar e viajar para fazer os concursos, sem trabalhar.

“Antes, quem ingressava trabalhava o dia inteiro e estudava à noite. Hoje, nós temos profissionais de concursos e isso faz com que a instituição comece a caminhar para a elitização” reclama. O problema, diz, é que eles vão trabalhar no interior, em realidades diferentes das que estão acostumados. Para o procurador, o Ministério Público precisa entender a situação e estudar jeitos de melhorá-la. Com informações da Assessoria de Imprensa do MP da Paraíba.

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