Pelo fim do cigarro

Philip Morris patrocinará programa antifumo nos EUA

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1 de julho de 2011, 0h05

Sem oferecer qualquer explicação, os ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos reverteram esta semana uma decisão monocrática de seu colega, o ministro Antonin Scalia. Ele suspendeu o pagamento de US$ 270 milhões pela Philip Morris e outras três grandes fabricantes de cigarro a um programa para ajudar pessoas a deixarem de fumar em Louisiana, de acordo com notícia da Associated Press.

A decisão do tribunal estadual resultou de uma ação coletiva, movida por fumantes do estado, em 1996. A ação ganhou um veredicto favorável de um júri feito há 7 anos. Nesta quinta-feira (30/6), por maioria, a Suprema Corte dos Estados Unidos reformou a decisão de Scalia e manteve a condenação.

Scalia é frequentemente definido como um conservador que vota a favor das corporações, segundo o jornal San Francisco Chronicle. Só nos últimos dez dias, ele apareceu nos jornais por seus votos decisivos a favor do Walmart numa ação coletiva por discriminação sexual, a favor das fabricantes de videogames violentos em ação que moveram contra o estado da Califórnia, e, agora, a favor das fabricantes de cigarro.

Os ministros têm autoridade para atuar isoladamente, para emitir uma ordem que suspende outra decisão judicial, normalmente em casos de recursos a tribunais superiores. Mas, isso raramente acontece. A última vez que aconteceu foi em 2006, quando um ministro Anthony Kennedy bloqueou uma ordem de um tribunal para a remoção de uma cruz gigante de um parque em San Diego (Califórnia), enquanto o caso ainda estava sendo discutido em um tribunal superior. Segundo a Associated Press, a cruz ainda segue seu trâmite pelos tribunais.

Os demais ministros não ofereceram explicações sobre suas decisões e o ministro Scalia, através de sua porta-voz, disse que não tinha nada a declarar.

Seguro-saúde vs cigarro
A Humana, uma empresa de seguro-saúde dos Estados Unidos, abriu mais uma frente na guerra mundial contra o cigarro — e, consequentemente, contra a indústria do tabaco. Esta toma uma via econômica, em vez de judicial, no entanto.

A empresa anunciou nesta quinta-feira (30/6) que, a partir desta sexta-feira, não vai mais contratar fumantes no Arizona. E não bastará ao candidato a emprego declarar que não fuma. Terá de se submeter a um exame de urina, para detectar a presença ou ausência de nicotina no organismo, informa o site Azcentral.com.

Representantes da Humana disseram que faz sentido para uma empresa que atua na área da saúde ensinar através do exemplo. Mas, se o exemplo for seguido, haverá também uma recompensa econômica para as empresas de seguro-saúde: menos gente com problemas de saúde, por causa do cigarro, significa menos custos para elas.

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