Avaliação polêmica

Professor é acusado de apologia ao crime em Santos

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19 de fevereiro de 2011, 10h02

O professor de matemática da Escola Estadual João Octávio dos Santos, na periferia de Santos (SP) está sendo acusado de fazer apologia ao crime. Segundo a denúncia feita por pais de uma aluna, ele passou aos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio seis problemas que citam temas como tráfico de entorpecentes, prostituição, roubo de veículos, assassinato e uso de armas de fogo. A notícia foi publicada na quinta-feira (17/2) pelo jornal A Tribuna e divulgada no Portal UOL.

Uma das questões pergunta qual a quantidade de pó de giz que um traficante deverá misturar para ganhar 20% na venda de 200 gramas de heroína e, em outra, quantos clientes cada prostituta deverá atender para que o cafetão compre uma dose diária de crack.

Os pais procuraram a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Santos na quarta-feira. Na segunda, a adolescente comentou com a mãe que não havia conseguido responder um exercício com seis questões aplicado em sala de aula pelo seu professor de matemática Lívio. A mãe se surpreendeu com o conteúdo do texto e decidiu procurar a diretoria da escola.

Segundo o boletim de ocorrência, o professor foi chamado à sala da diretora e confirmou que havia aplicado as questões, mas sem esclarecer sobre os motivos que o levaram a formular o exercício. O professor teria dito ao padrasto da vítima que como a jovem não havia respondido as questões em sala de aula como fora orientada não era mais necessário respondê-las.

Investigações
O delegado titular da Dise, Francisco Garrido Fernandes, instaurou inquérito para apurar o caso e afirmou que o professor e a diretora da escola já foram intimados. Eles deverão prestar depoimento na próxima segunda-feira. Caso seja condenado por "apologia ao crime", o professor poderá receber punição de três a seis meses de detenção. “É um delito de menor potencial ofensivo e se o juiz condenar pode aplicar pena de prestação de serviços”.

O delegado afirmou ainda que não tem conhecimento da existência de bandidos na cidade com os apelidos de "Zaróio", "Biroka", "Jamanta", "Rojão", "Chaveta" e "Pipôco", utilizados como personagens nas questões.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que, após receber as informações da ocorrência da direção da escola, determinou, nos termos da lei, a instauração de procedimento preliminar para apuração de responsabilidades e também o afastamento do docente. "Enquanto não houver a conclusão desse procedimento, a administração não dará mais informações sobre o caso, pois terá de atuar como instância de decisão, não podendo, portanto, correr o risco de caracterizar prejulgamento".

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