Tropa de Elito

Oficiais pedem que não haja subordinação policial

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8 de fevereiro de 2011, 20h40

A Associação dos Oficiais de Inteligência, (AOFI) pediu à Presidência da República que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não tenha subordinação militar ou policial. O pedido foi causado pela exigência do general José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao qual a Abin é subordinada, de que todos os relatórios do serviço de inteligência sejam submetidos previamente à sua análise. As informações são de O Estado de São Paulo.

A AOFI pede que a agência seja ligada diretamente à Presidência da República, que é um comando civil, pois são funcionários públicos civis pertencentes a uma instituição civil. Em evidente trocadilho com o filme Tropa de Elite, funcionários da Abin dizem que não querem ser da "Tropa de Elito".

A equipe de transição da presidente Dilma Roussef chegou a estudar a desvinculação da Abin do GSI, mas o trabalho não foi concluído.

O conflito entre o GSI e a AOFI começou no dia 5 de janeiro, quando o general avisou que a desvinculação da Abin do GSI só aconteceria "se ele saísse do cargo", e foi aprofundado quando Elito avaliou a possibilidade de acabar com o Departamento de Contraterrorismo (DCT), criado em 2008 na gestão Paulo Lacerda.

A desvinculação é vista pelo general como um ato de esvaziamento do GSI, que será reduzido à segurança presidencial, como era no antigo Gabinete Militar.

Ao ser avisado de que não poderia acabar com o departamento porque o Brasil é signatário de tratados internacionais coordenados pelas Nações Unidas, o general, declarou que quer que “a ONU se exploda".

A AOFI foi criada em 5 de novembro passado e serve de contraponto à Associação dos Servidores da Abin, composta principalmente por funcionário oriundos da "comunidade de informações", muitos com experiência no Serviço Nacional de Informações (SNI). A direção ainda é interina e aguarda a realização da primeira eleição.

A possibilidade de acabar com o Departamento de Contraterrorismo foi considerada uma ideia "despropositada" pelos oficias da inteligência, e a iniciativa do general realizar uma análise prévia dos relatórios foi vista como uma medida "centralizadora" e "inadequada" porque a doutrina de inteligência exige que os relatórios sejam imparciais e isentos de qualquer opinião.

O general também foi motivo de saia justa para a presidência por outro motivo. No dia da posse de Dilma Roussef, Elito, que comandou a Força de Paz da ONU no Haiti, afirmou que os desaparecidos políticos não deveriam ser motivo de vergonha para o Brasil. O general disse que foi mal interpretado.

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