Profissão ameaçada

Em 2011, 66 jornalistas foram assassinados no mundo

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23 de dezembro de 2011, 7h35

Em 2011, 66 jornalistas foram mortos — um crescimento de 16% em relação a 2010, e a quarta maior cifra de mortes desde 1995. Na esteira da Primavera Árabe, o movimento de contestação aos regimes ditatoriais no Oriente Medio, 20 desses profissionais morreram naquela região. E mais: outros 18 morreram na América Latina. Os números podem ser encontrados no  levantamento feito pela organização não-governamental Repórteres sem fronteiras, que elenca os dez lugares do mundo que representam casos extremos de censura à mídia e de violência contra a classe. 

Constam no documento nomes de cidades, distritos, províncias, regiões e áreas. O relatório classificou o Novo Mundo como um lugar “muito exposto à violência”. O documento revela ainda que o Paquistão é o país onde mais jornalistas morreram. Foram dez — a maior arte deles assassinada. Enquanto isso, China, Irã e Eritréia ainda são os campeões em prisões em decorrência da mídia.

O levantamento traz outros dados, todos referentes ao ano de 2011. Em doze meses, 1.044 jornalistas foram presos, 1.959 foram fisicamente atacados ou ameaçados, 71 foram seqüestrados e 73 fugiram de seus países. Ao mesmo tempo, acontecem 499 censuras contra a mídia. Confira a evolução do número de jornalistas assassinados a cada ano, desde 1995:

O relatório também relaciona a violência no contexto do papel das redes sociais na Primavera Árabe. Cinco ativistas foram mortos, outros 199 blogueiros e ativistas foram presos. E mais: 68 países submeteram a internet à censura. O número de prisões de jornalistas cresceu 95%, pulando de 535 para 1.044. De acordo com a organização, isso se deve aos protestos que aconteceram em países como Grécia, Bielorrússia, Uganda, Chile e Estados Unidos, além de Sudão e Azerbaijão.

Segundo a Repórteres sem fronteiras, houve muitos casos de jornalistas sendo fisicamente obstruídos no curso de seus trabalhos e, na maior parte das vezes, eles representavam atentados contra seus governantes, que acreditavam que suas informações como ameaçadoras.

A entidade conclui: “Da praça Tahir, no Cairo, a Khuzdar, no sudoeste do Paquistão, de Mogadíscio às cidades das Filipinas, o risco de trabalhar como jornalista em tempos de instabilidade política foi realçado mais do que nunca em 2011”.

Confira abaixo a lista dos lugares mais perigosos para jornalistas:

  • Manama,  Bahrein
  • Abidjan, Costa do Marfim
  • Cairo, Egito
  • Misrata, Líbia
  • Estado de Veracruz, México
  • Khuzdar, Paquistão
  • Manila, Cebu e Cagayan de Oro,  Filipinas
  • Mogadíscio, Somália
  • Deraa, Homs e Damasco, Síria
  • Sanaa, Iêmen

 

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