Caso Sion

Ex-PM é condenado a 59 anos por matar empresários

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9 de dezembro de 2011, 7h55

O ex-cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Renato Mozer foi condenado a 59 anos de reclusão em regime fechado por extorquir, torturar e matar dois empresários em abril de 2010. O juiz Michel Curi e Silva presidiu o julgamento.

O Tribunal do Júri o condenou a 40 anos por homicídio triplamente qualificado, 12 anos por extorsão, 4 anos por destruição e ocultação de cadáver. Todos estes crimes foram cometidos em duplicidade, de acordo com a decisão. Foi condenado ainda a 3 anos por formação de quadrilha. O réu deve aguardar eventual recurso preso.

De acordo com a denúncia, os oito acusados sequestraram e extorquiram os empresários. Após fazer saques e transferências de valores das contas deles, o grupo executou os empresários e levou os corpos no porta-malas do carro de uma das vítimas para a região de Nova Lima, lugar onde deixaram os corpos.

Consta ainda na denúncia que os empresários estavam envolvidos em estelionatos e atividades de contrabando de mercadorias importadas, mantendo em seus nomes várias contas bancárias, de onde eram movimentadas grandes quantias em dinheiro. As atividades deles chegaram ao conhecimento dos réus, que passaram a extorqui-los.

Mozer é o primeiro dos oito acusados do crime que culminou na decaptação dos empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39 no bairro Sion, em Belo Horizonte, a ser julgado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O outro que deveria ter sido julgado na última quarta-feira (7/12), junto com o ex-PM, era um estudante de Direito, mas seu advogado alegou que o réu estava com problemas de saúde e o julgamento foi transferido para 15 de dezembro.

"Sou inocente", disse Mozer logo no início de seu depoimento. Ele negou ter abordado Rodrigues em 7 de abril de 2010 e disse nunca tê-lo visto. Informou que não teve conhecimento do plano de sequestrar, extorquir e matar as vítimas. Durante o interrogatório, em nenhum momento contou ter presenciado os homicídios ou ter visto as vítimas.

O promotor Francisco de Assis Santiago afirmou estar comprovado no processo, através de depoimentos de testemunhas e acusados, que o ex-PM esteve presente e participou ativamente de todos os momentos do crime: desde o planejamento da extorsão até a ocultação dos cadáveres.

A defesa argumentou que Mozer somente falou o que sabia e, "se não falou mais, foi porque não estava presente no local do crime". A advogada apontou depoimentos conflitantes dos acusados, que, segundo ela, tentam se livrar das acusações acusando os demais. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-MG.

Processo 0024.10.222095-1 

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