Eleições na OAB-SP

Candidatura de Toron reúne cerca de 400 advogados

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2 de dezembro de 2011, 15h40

Alessandra Fratus
Se a intenção de Alberto Zacharias Toron era a de mostrar a força de seu nome para disputar o comando da OAB paulista, ele conseguiu. Em um encontro concorrido, nesta quinta-feira (1º/12), em São Paulo, a sua apresentação foi feita por dois ex-presidentes do Conselho Federal e da OAB-SP: Márcio Thomaz Bastos e Mario Sergio Duarte Garcia; e pelo ex-battonier paulista, Carlos Miguel Aidar. O trânsito na rua José Maria Lisboa engarrafou e a Pizzaria Veridiana, local do encontro, teve de abrir um segundo piso para recepcionar os convivas. A eleição será em novembro do ano que vem.

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, eloquente, destacou as qualidades pelas quais Toron é mais conhecido: a combatividade, o compromisso com a classe e a sua qualidade como advogado e como articulador. “Nós precisamos de um advogado na OAB”, afirmou. “Um presidente intransigente que defenda as prerrogativas que são feridas diariamente, que atue contra a invasão dos escritórios estrangeiros, das auditorias e consultorias que atuam ilegalmente; que conheça as dificuldades do dia-a-dia da profissão.”

Mario Sergio Duarte Garcia destacou “o trabalho exemplar de Toron como o melhor presidente que a Comissão de Prerrogativas do Conselho Federal já teve”. Relatou que ele próprio foi um dos que já defenderam uma candidatura de Toron à presidência da OAB Nacional, mas que o sonho de Toron era mesmo a OAB paulista. Carlos Miguel Aidar afirmou que a advocacia precisa de Toron, “porque clama por uma renovação de valores”. Outra liderança, Roberto Ferreira, fez as vezes de mestre de cerimônia da rápida solenidade.

ConJur
Dentre os cerca de 400 advogados e advogadas que lá foram hipotecar apoio a Toron, nomes de peso, como Luiz Flávio Gomes, Arnaldo Malheiros Filho, Sergio Renault, Dora Cordani, Flávia Rahal, Pierpaolo Bottini, Igor Tamasauskas, Orlando Maluf, Antonio Carlos Mendes, José Diogo Bastos, Paulo Guilherme Mendonça Lopes, Waldemar Deccache, entre outros notáveis.

A respeito de sua candidatura, Toron disse à ConJur que ela “aparece como uma necessidade daqueles que advogam de ver na OAB um dirigente que advoga”. Afirmou também que “as pessoas viram a Ordem jogada aos caprichos das vontades políticas de um presidente que praticamente não advoga, cujo projeto é se lançar agora na política declaradamente, usando a OAB como um trampolim”, referindo-se ao atual presidente, Luiz Flávio Borges D’Urso e sua anunciada candidatura a prefeito de São Paulo pelo PTB.

Falou também sobre seu projeto de renovação de práticas, que restaure os grandes momentos vividos nas administrações de Marcio Thomaz Bastos, Mario Sergio Duarte Garcia, Carlos Miguel Aidar e também de Antonio Claudio Mariz de Oliveira e Rubens Approbato. Segundo Toron, “eles não estão aqui, mas têm as portas abertas para participar desse grande projeto, deste compromisso de reconstruir uma OAB para os advogados."

Sobre como será sua atuação enquanto presidente, o candidato afirmou que “nasce da ideia de que advogado cuida das pessoas, cuida da entidade, cuida da classe. Esse é o propósito primeiro, cuidar das prerrogativas, do mercado de trabalho, cuidar do bom relacionamento com os tribunais, cuidar da assistência social ao advogado”.

Por fim, comentou postura que considera equivocada da atual gestão e a qual não pretende repetir: “A OAB não pode se imiscuir em eventos como a Bienal de Arte para proibir trabalhos, esse não é o nosso papel.” Fazendo menção à obra de Gil Vicente, criticada por D’Urso, que exibe desenhos de políticos como reféns de algozes.

ConJur
A ideia de que a OAB deve ser presidida por um advogado militante fez parte do discurso da maioria dos presentes entrevistados. Para Pierpaolo Bottini, “a OAB está precisando de um presidente que tenha compromisso com a advocacia, que seja advogado, que tenha compromisso com os direitos humanos, com as prerrogativas dos advogados”. Bottini crê que Toron dará uma “chacoalhada” na Ordem, a fim de dar brilho ao que hoje é fosco.

O conselheiro seccional da OAB-SP, Luis Eduardo de Moura, que já está na Ordem há seis campanhas, afirmou existir um projeto de reformulação e modernização da Ordem, e, segundo ele, Toron contempla essas características por ser militante. “É uma pessoa que tem prerrogativa. Ele sempre trabalhou em prol da advocacia e por isso que ele poder ser o próximo presidente da Ordem, porque ele conhece os problemas da nossa classe. Precisamos de uma Ordem com um projeto novo de modernidade e voltada a atender os anseios da advocacia.”

Assim como Moura, o advogado Orlando Maluf Hadad pensa que o ideal para o próximo presidente “é que seja um advogado trabalhador e preocupado com a classe. O Poder Judiciário está cada vez mais carente, tanto a população quanto os advogados e há a necessidade de um advogado líder, de uma advogado respeitador, conhecedor das prerrogativas, defensor e com um nome respeitado nacionalmente.”

ConJur
O advogado Rui Piva quer que a Ordem seja devolvida para as mãos de um advogado como o Toron, que, segundo Piva, simboliza o verdadeiro advogado ,“e este devolve à OAB, que é a nossa entidade de classe, a sua verdadeira identidade, que é: a defesa dos direitos das pessoas em sociedade”.

Para o advogado criminalista, Luis Nazaré, “a expectativa é bastante grande, porque nós estamos vivendo uma gestão que já, pela 3º vez se mantém na direção. E nós esperamos que agora surja um candidato que seja uma pessoa mais dinâmica e que possa criar efetivamente situações melhores do exercício da advocacia”.

Carla Domenico (na foto acima), advogada que trabalhou com Toron durante 17 anos enaltece a competência do futuro candidato e afirma ter certeza de que ele será um excelente presidente e representará a todos com maestria.

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