Aposta de fichas

Crescem as chances da ministra Rosa Maria ir para o STF

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31 de agosto de 2011, 16h06

Sandra Fado
Mulher, gaúcha e trabalhista. A possível futura ministra do Supremo Tribunal Federal reúne todas essas características. O nome de Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, que atualmente ocupa uma cadeira no Tribunal Superior do Trabalho, para o Supremo pode ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff.

As chances de Rosa Maria chegar ao Supremo só crescem. O Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul encaminhou um manifesto apoiando a indicação à Dilma. Os 36 desembargadores da corte assinam o documento. Assim como os magistrados, também apoiam o nome de Rosa Maria o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Adão Villaverde, do presidente da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, além de parlamentares e lideranças da sociedade gaúcha.

De acordo com os defensores de Maria Rosa, é importante que a magistratura trabalhista tenha sua representação ampliada no Supremo. Hoje, o ministro Marco Aurélio é o único representante da Justiça do Trabalho. Na mesma leva do TRT gaúcho, aprovam a indicação da ministra outras entidades: Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV), Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas (Agetra) e Sociedade de Advogados Trabalhistas de Empresas do Rio Grande do Sul (Satergs).

“Em todos os momentos da sua carreira como membro do Poder Judiciário, ao longo dos últimos 35 anos, a ministra Rosa Maria ostentou aos olhos de todos nós o equilíbrio e sabedoria que se espera das pessoas a quem o destino confia as responsabilidades mais elevadas”, cita o texto da moção de apoio assinada pelos desembargadores do TRT-RS.

Na sexta-feira (26/8), a Associação Latinoamericana de Advogados Trabalhistas também fez um manifesto de apoio. De acordo com o texto, ela se dedica a Justiça do Trabalho “interpretando e aplicando nosso ordenamento jurídico de forma protetiva ao hipossuficiente, como fonte de inclusão social e de valorização dos princípios  fundamentais do trabalho e  da dignidade da pessoa humana”.

De acordo com o manifesto, Rosa Maria “supera de longe os necessários requisitos legais do notável saber jurídico e da reputação ilibada”. A campanha conta até com o ministro Lelio Bentes, também do TST.

Perfil
Rosa Maria é natural de Porto Alegre e atua na Justiça do Trabalho desde 1976. A magistrada de carreira atuou como juíza na capital e no interior do Rio Grande do Sul. Em 1986, foi promovida ao cargo de desembargadora federal do Trabalho. Entre 2000 e 2001 foi corregedora do TRT-RS e, no biênio 2002/2003, presidente. Em fevereiro de 2006, ela assumiu como ministra do TST.

Indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupa uma das vagas abertas pela Reforma do Judiciário, quando a Emenda Constitucional 45 ampliou de 17 para 27 o número de ministros do Tribunal Superior do Trabalho.

Torcedora do Internacional, a ministra gosta, em seu gabinete, de trabalhar ao som da música clássica — é fã de canções francesas, portuguesas e brasileiras. Costuma ler antes de dormir. O moçambicano Mia Couto e os portugueses Fernando Pessoa e Maria do Rosário Pedrosa estão entre seus autores preferidos. Para embasar seus votos, ela também faz leituras sobre economia.

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