Viagem proibida

STJ nega pedido de liberdade de Deborah Guerner

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21 de abril de 2011, 12h21

O ministro João Otávio de Noronha negou, nesta quinta-feira (21/4), o pedido de liberdade da promotora Deborah Guerner e de seu marido Jorge Guerner. O Ministério Público os acusa de forjar provas para simular incapacidade mental.

De acordo com o advogado Luis Rassi, o pedido de prisão preventiva é "absolutamente abusivo e os fundamentos são extra legais". Segundo o outro advogado do casal, Pedro Paulo de Medeiros Guerra, não há motivo para as prisões já que "eles nunca fugiram e nunca atrapalharam as investigações".

O casal foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (20/4) após passar por exame de corpo delito no Instituto Médico Legal. Jorge chegou a ser encaminhado à Penitenciária do DF, Papuda, mas retornou à Superintendência da PF, onde o casal permanece, por falta de cela especial.

Prisão
O mandado de prisão preventivo contra eles foi expedido nessa terça-feira (19/4) pela desembargadora Federal Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O casal foi preso após voltar de Milão. Eles não poderiam ter deixado o país sem autorização. 

Guerner e o ex-procurador de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, são suspeitos de tráfico de influência pela Operação Caixa de Pandora. Eles teriam passados informações privilegiadas a integrantes do governo do Distrito Federal.

Bipolar

O procurador regional da República Ronaldo Albo denunciou o psiquiatra Luis Altenfelder Silva Filho pelos crimes de formação de quadrilha, fraude processual e falsidade ideológica por ter treinado a promotora Deborah Guerner a simular desequilíbrio mental em um teste de sanidade mental. As informações são da revista Época.

Especialista em psicodrama, Altefender foi filmado pelas câmeras de vídeo instaladas na casa da promotora às vésperas do exame médico no Instituto Médico Legal de Brasília. De acordo com os investigadores, nas quase duas horas de gravação, ele orienta a promotora a responder a um questionário médico. 

Ao final da consulta, o psiquiatra disse a Deborah que se ela respondesse à junta médica da maneira como ele a ensinou, sairia do IML com um diagnóstico de transtorno bipolar múltiplo. Na gravação ele também aparece dando conselhos a Deborah de como ela deveria se vestir, que tipo de batom usar e como se comportar na frente da junta médica.

Segundo investigadores, Jorge Guerner combinou com o médico de lhe pagar R$ 10 mil em duas parcelas pelo treinamento. 

Assim como ele, uma colega psiquiatra, que também assinou atestados e relatórios médicos apresentados por Deborah Guerner à Justiça, foi denunciada por fraude processual. 

Segundo Altenfelder, a promotora é sua paciente, e foi a Brasília para uma consulta dela na véspera do exame no Instituto Médico Legal, mas não a treinou para fraudar o teste de sanidade mental. “Estou perplexo”, afirmou o médico, que disse ter sido gravado pelo casal Guerner sem o seu conhecimento. “Ela é minha paciente há três anos e sofre mesmo de transtorno bipolar múltiplo. Nem sei se deveria falar sobre isso. Não cometi nenhuma fraude. É tudo muito ruim para mim”.

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