Presas em carrinhos

Justiça retira guarda de pais por maus tratos

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20 de abril de 2011, 19h36

O serviço de proteção à criança de Viena, na Áustria, retirou de um casal a guarda de seus quatro filhos, com idades entre dez meses e quatro anos e meio, que eram mantidos amarrados durante horas em frente a um televisor. As crianças apresentam sérios transtornos de desenvolvimento. A notícia é do portal Universo Online.

A informação, tornada pública nesta quarta-feira (20/4) pelo jornal Kronen Zeitung e confirmada pelas autoridades locais, indica que as crianças eram colocadas em carrinhos de bebês que ficavam "parados" em frente ao televisor, situação repetida por meses.

"No início não queríamos acreditar. As crianças estavam amarradas, presas aos carrinhos. Em frente aos seus rostos uma TV ligada", declarou ao "Kronen Zeitung" a porta-voz do escritório de proteção do menor, Herta Staffer.

Embora o caso só tenha sido divulgado agora, a intervenção do serviço social ocorreu em janeiro, quando foi descoberta a situação em que as crianças viviam e estas foram transferidas para um apartamento de amparada.

Segundo Staffer, os pequenos apresentam claros sintomas de transtornos cognitivos. "O maior, uma criança de quatro anos e meio, tem o nível intelectual de uma criança de dois anos. Nem sequer consegue falar direito. Uma menina de três anos e meio tem graves problemas de desenvolvimento e não caminha", detalhou a porta-voz.

Os pais, desempregados, foram denunciados e é praticamente impossível que possam reaver a guarda das crianças no médio prazo, embora continuem tendo contato com os filhos. Staffer diz ter a impressão de que os pais parecem "não compreender que estavam fazendo algo ruim com as crianças".

Como publicou o jornal, o órgão de proteção ao menor começou a suspeitar dos maus-tratos durante a estadia da mãe em um hospital para dar à luz ao menor dos filhos.

As enfermeiras que a atenderam advertiram que ela parecia nervosa com a situação e referiram-se ao desagradável comportamento da avó das crianças. Por isso, pediram ao escritório de proteção do menor que inspecionasse a família.

Segundo Christian Popow, da seção de Pediatria do Hospital Geral de Viena, as crianças podem sofrer transtornos da fala, emocionais e de sociabilidade.

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