Caso Abdelmassih

Polícia diz que médico foragido pode estar no Líbano

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18 de abril de 2011, 10h36

Quatro meses depois da fuga, policiais que participaram das buscas pelo médico Roger Abdelmassih, de 67 anos, acreditam que ele pode estar no exterior. Para a Polícia de São Paulo, o foragido embarcou para o Líbano usando um passaporte falso conseguido no Uruguai. O problema, aponta, é que o Brasil não possui tratado de extradição em vigor com o país. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Na prática, a falta de um tratado nesse sentido dificulta uma eventual prisão de Abdelmassih. Ou seja, mesmo que venha a ser preso pela Interpol, por exemplo, o Líbano pode negar a entrega do foragido brasileiro. Apesar de um tratado ter sido assinado em 2002, apenas o lado brasileiro ratificou o acordo.

A prisão do médico havia sido decretada em 17 de agosto de 2009 pelo juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal paulista. No mesmo ano, em 24 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, concedeu Habeas Corpus para revogar a prisão preventiva. Em fevereiro deste ano, a 2ª Turma do STF suspendeu a liminar dada por Gilmar Mendes, por 3 votos a 2.

A prisão do médico já tinha sido decretada novamente no final de 2010, pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal paulista. Na época, a Polícia Federal informou que o médico tentava renovar seu passaporte. Segundo o advogado José Luís de Oliveira Lima, um dos defensores do médico, ele tentava apenas renovar o documento, o que é permitido por lei. Os policias fizeram busca em uma propriedade em Avaré, interior de São Paulo, e também em uma clínica da capital, mas não obtiveram sucesso.

Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 37 mulheres entre 1995 e 2008. Todas elas eram pacientes e funcionária de sua clínica de reprodução. O médico teve o registro profissional cassado.

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