Eleições 2010

Dilma Rousseff é eleita presidente do Brasil

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31 de outubro de 2010, 18h19

Wilson Dias/ABr
A candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, vota na Escola Estadual de Ensino Médio Santos Dumont - Wilson Dias/ABr

Dilma Rousseff (PT) é a primeira mulher que presidirá o Brasil. Com 99,5% das urnas apuradas em todo o país, a petista somou 55,6 milhões votos, o que representa 56% dos votos válidos. José Serra obteve, até agora, quase 43,6 milhões de votos (44%).

A diferença entre os candidatos é de quase 12 milhões de votos e faltam pouco mais de 500 mil para serem apurados. Por isso, Dilma está eleita. O índice de abstenção, até agora, é de 21,4%, ou 29 milhões de votos. No primeiro turno, a abstenção foi de 18,1% do total.

A candidata petista ganhou a eleição no Distrito Federal e em 15 estados: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. A maior votação de Dilma foi no Amazonas, onde obteve 80% dos votos válidos. A petista ganhou também entre os eleitores que votaram em trânsito, com 53%.

José Serra somou mais votos em 11 estados: Acre, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. A maior votação do tucano foi no Acre, com 69% dos votos válidos. Serra também ganhou no exterior, com 58% dos votos válidos.

No primeiro turno das eleições, Dilma havia ganhado em 18 estados. Serra conseguiu virar no Espírito Santo, em Goiás e no Rio Grande do Sul. No Distrito Federal, único lugar onde Marina (PV) ganhou, a maioria votou na petista no segundo turno.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, anunciou às 20h10 que Dilma Roussef estava eleita. O ministro lembrou que em 2006 o resultado foi anunciado às 21h30. Em 2002, às 23h.

Eleições tranquilas
Lewandowski comemorou o que considerou como baixo índice de ocorrências de crimes eleitorais no segundo turno. Foram 536 ocorrências. Do total, 306 resultaram em prisão e 230, sem prisão. O maior número de prisões aconteceu por boca de urna, que é vedado pela legislação eleitoral. Foram 110 pessoas presas.

Os outros motivos de ocorrência foram carreata ou comício, divulgação de propaganda, transporte ilegal de eleitores, fornecimento de alimentação para eleitores e corrupção eleitoral, onde se inclui a tentativa de compra de votos.

Das mais de 400 mil urnas usadas nas eleições, 1.609 apresentaram problemas e tiveram de ser substituídas. O número representa 0,4% de urnas com defeitos. Houve votação manual em apenas três seções eleitorais no país, nos estados do Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo.

O TSE registrou algumas ocorrências curiosas. Uma mulher foi presa em Araguari (MG) porque insistiu em votar antes das 8h e criou confusão na seção eleitoral. Em Goiânia, uma mesária se apresentou embriagada para trabalhar e foi substituída. O ministro Henrique Neves fez questão de ressaltar que a Justiça Eleitoral tem 2,180 milhões de mesários — um terço deles de voluntários. Para ele, isso torna a ocorrência insignificante.

Duas ocorrências mais sérias marcaram a noite anterior à abertura das urnas. Em Goiana, cidade de Pernambuco, o cartório eleitoral foi assaltado. Os ladrões levaram R$ 13 mil que seriam usados para pagar o almoço e o lanche dos mesários. Para garantir a alimentação, os servidores fizeram uma “vaquinha” e reuniram R$ 10 mil. Cada mesário recebe R$ 20 para alimentação.

No Amazonas, um barco que transportava duas urnas explodiu, mas não houve mortes e as urnas foram substituídas a tempo graças à ação das Forças Armadas.

O ministro Lewandowski registrou que as eleições de 2010 foram acompanhadas por 187 observadores internacionais de 45 países. Também informou que houve a atuação de forças federais para garantir as eleições em 150 municípios — parte deles na Paraíba, onde a Polícia Civil entrou em greve. Mas a Polícia Militar atuou normalmente no estado. Ainda de acordo com os dados do TSE, houve apoio logístico das Forças Armadas em 116 municípios.

As chuvas causaram problemas em estados como Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Segundo Lewandowski, houve a informação de que um ciclone atingiu a cidade de Pelotas. O presidente do TSE, contudo, disse que apesar dos problemas as eleições transcorreram normalmente.

O custo total das eleições deve atingir R$ 490 milhões. A estimativa de gastos era de R$ 549 milhões. Foram gastos R$ 10,3 milhões com a organização do segundo turno. O valor representa o custo de R$ 3,60 por eleitor. “Um custo relativamente barato para a democracia”, afirmou Lewandowski.

O ministro também disse que o TSE recebeu 1.926 pedidos de impugnação de candidaturas e julgou 85% do total. Segundo o presidente do TSE, cerca de um terço do total dos recursos tinha como base a Lei da Ficha Limpa.

[Foto: Wilson Dias/ABr]

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