Cibercriminosos no caminho

Roubo de informações supera outras fraudes no Brasil

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27 de outubro de 2010, 14h05

O Brasil é o terceiro país com maior nível de fraudes eletrônicas. De acordo com levantamento da Global Fraud Report e da The Economist Intelligence Unit, da revista The Economist, 90% das empresas brasileiras relataram ter tido problemas com cibercriminosos. O campeão mundial é a China, com 98% das empresas afetadas, seguida da Colômbia, com 94% de incidência de fraudes.

O país também supera todas as regiões em três tipos de fraudes: roubo de informações, com a incidência em 43% das empresas; fraudes de contratos, atingindo 25% das companhias; e lavagem de dinheiro, com 17% de incidência.

O relatório foi solicitado pela consultoria norteamericana Kroll, especializada em gerenciamento de riscos. A pesquisa constatou que o roubo de informações e dados eletrônicos em empresas globais ultrapassou o roubo físico pela primeira vez. No Brasil, a incidência de roubos de informações passou de 17% em 2009 para 43% neste ano.

Um dado preocupante é que as empresas do Brasil estão mais expostas a riscos em relação às empresas latino-americanas. Segundo o estudo, a incidência de fraudes é maior no Brasil do que a média regional, em oito de 11 tipos de fraudes contempladas pela pesquisa, e também superior às médias da pesquisa mundial para todas as onze categorias.

Segundo o diretor-executivo do escritório da Kroll em São Paulo, Eduardo Gomide, o roubo de informações foi a maior preocupação entre os executivos brasileiros. Isso porque os dados estão cada vez mais portáteis e há uma maior rotatividade de funcionários nas empresas. “Ao mesmo tempo, há uma consciência crescente entre os ladrões do aumento do valor intrínseco da propriedade intelectual de uma organização”.

O relatório apontou, ainda, que as empresas brasileiras são menos comprometidas em relação a média dos outros países para combater a fraude, pois poucas investem em segurança de TI. Para Vander Giordano, diretor executivo da Kroll em São Paulo, as consequências para as empresas brasileiras que não tomarem medidas poderão ser mais comprometedoras e onerosas. “É mais econômico investir em medidas preventivas do que agir após o dano causado. Os fraudadores sempre pensam em novos modos de cometer seus crimes”.

Os empregados mais jovens e a gestão sênior foram apontados como os autores mais prováveis de fraudes em 22% cada, seguido por agentes ou outros de níveis intermediários em 11%. A proporção de fraudes feitas por estes trabalhadores foi de 50% a 60% na América do Norte, na Europa e na Ásia e 71% no Oriente Médio e na África. O número caiu para 42% na América Latina, onde os casos de fraude estão mais concentrados na relação com clientes.

Dos 801 executivos que participaram da pesquisa, 29% estão baseados na América do Norte, 25% na Europa, pouco menos de um quarto da região da Ásia e 11% da América Latina, no Oriente Médio e na África. O maior número de entrevistados foi na indústria de serviços financeiros, com 13%. Um total de 51% das empresas entrevistadas tiveram receita global anual de mais de US$ 500 milhões. Com informações da Assessoria de Imprensa da Kroll.

Clique aqui para ver a íntegra do relatório em inglês

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